A ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA (HISTÓRICO)
Existem várias versões sobre a origem da
agricultura, uma delas nos conta que há aproximadamente doze mil anos atrás, no
período pré-histórico, povos conhecidos como caçador-coletores prestaram
atenção em determinados grãos que, ao serem coletados com o intuito de
alimentação, poderiam ser novamente enterrados, ou seja, semeados com a
finalidade de produção de plantas novas e idênticas as que lhe deram origem.
Esta simples prática permitiu que houvesse um aumento na oferta de
alimentos para estas pessoas. Então teve inicio o plantio com a finalidade de
prover as necessidades alimentícias das pessoas. As plantas passaram a serem
cultivadas bem próximas umas das outras, desta forma facilitando a sua colheita
assim que os frutos estivessem maduros, permitindo desta forma uma
produtividade maior de cultivo de plantas do que em seu habitat original.
Com esta nova
realidade, foram sendo evitadas as perigosas e frequentes buscas por alimentos
e com o passar do tempo o que eram apenas grãos selvagens começaram a passar
por uma espécie de seleção onde eram escolhidos os grãos de acordo com os
interesses dos primeiros agricultores, entre esses interesses destacamos o
tamanho, a produtividade, o sabor, etc. Desta forma foi que teve inicio o
cultivo de plantas domesticadas, sendo que entre elas estavam incluídas a
cevada e o trigo. No período
neolítico haviam áreas agrícolas localizadas em vales nos rios Nilo do Egito,
nos rios Eufrates e Tigre na Mesopotâmia que hoje é o Iraque e nos rios Azul e
Amarelo na China. Existem registros de cultivo em no mínimo três regiões
distintas do planeta em épocas também distintas: na Mesopotâmia, na América
Central e na China e Índia em suas bacias hidrográficas. advento da agricultura
permitiu a humanidade se aglomerar em locais específicos com uma grande
densidade populacional, o que não poderia ocorrer por povos sustentados somente
pela caça e pela coleta.
Sendo assim ocorreu uma gradual transição
onde a economia de coleta e caça passou a coexistir com o advento da economia
agrícola, sendo que algumas culturas ocorriam por deliberação de plantio
enquanto outros alimentos ainda eram obtidos diretamente da natureza, ou seja,
eram apenas colhidos. A agricultura é capaz de produzir alimentos tanto para os
seres humanos quanto para os animais de estimação, pode-se cultivar flores,
plantas ornamentais, fertilizantes, etc. A Mesopotâmia, que em grego
quer dizer ‘terra entre rios’, situava-se entre os rios Eufrates e
Tigres e é conhecida por ser um dos berços da civilização humana. Localizada no
Oriente Médio, atualmente esta histórica região constitui o território do
Iraque.
A
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA
A atual configuração espacial das atividades agropecuárias é resultado da ação da sociedade sobre a
natureza ao longo da história, o que ocorreu de modo desigual entre os diversos
países de entre regiões no interior de
um país (Sudeste-Nordeste). Assim, as
condições socioeconômicas, os aspectos físicos e ambientais, os diferentes
hábitos alimentares, o nível de desenvolvimento tecnológico, a estrutura fundiária, o modelo de política agrícola e
agrária , os índices de produtividade, dentre outros fatores, determinam a
configuração socioespacial e a sustentabilidade ambiental das
atividades agropecuárias, no qual permite-nos compreendermos melhor a situação
da agropecuária no mundo e no Brasil. Essas
diferentes práticas de agricultura possuem três fatores em comum:
CAPITAL – fator que define os sistemas agrícolas,
atrasados ou modernos, intensivos ou extensivos;
TERRA – local de fixação das sementes.
Define também o tamanho da propriedade;
TRABALHO – utiliza grande ou pequena quantidade de
mão-de-obra, qualificada ou desqualificada.
OS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Os sistemas agrícolas se distinguem a partir
do tamanho da área cultivada e do índice de produtividade alcançado. Quando
falamos em sistemas agrícolas, nos referimos à agricultura, que se apresenta de
duas formas: agricultura intensiva e agricultura extensiva.
Na
agricultura intensiva, é usado em todas as etapas da produção um grande
número de insumos. Esse tipo de sistema agrícola é marcado pela aplicação de
técnicas e tecnologias. Faz parte da agricultura intensiva: a mecanização
(tratores, colheitadeiras, plantadeiras, implementos, etc.) aliada ao uso de insumos,
que são aplicados na preparação do solo, além de sementes selecionadas que são
imunes de pragas e adequadas ao tipo de clima, herbicidas, inseticidas, entre
outros. Para o desenvolvimento de todas as etapas existe o acompanhamento de um
técnico (um agrônomo ou um técnico agrícola). Esse sistema de produção agrícola
é conhecido também como agricultura moderna ou comercial; seus produtos têm
como destino a exportação.
Na agricultura extensiva
são usados os elementos dispostos na natureza sem a inserção de tecnologias,
por isso possui uma baixa produtividade. A produção depende unicamente da
fertilidade natural do solo; por não usar insumos agrícolas é necessário ocupar
grandes áreas de cultivo. A agricultura extensiva é bastante difundida em
diversos países da América Latina, África e Ásia. Esse sistema agrícola é
marcado especialmente pela agricultura itinerante ou roça tropical.
CARACTERISTICAS
DE ALGUNS SISTEMAS AGRICOLAS PRATICADOS
NO MUNDO
PLANTATION: é um sistema agrícola baseado na monocultura,
exportação e exploração. Tal sistema ficou bastante conhecido na época do
imperialismo europeu. As metrópoles, visando seu próprio lucro, exploravam as
colônias por meio do plantation, originando as chamadas colônias de exploração.
A primeira característica do plantation é a monocultura. Nesse sistema, são
produzidas grandes quantidades de um só produto que se adapta muito bem ao solo
e ao clima da região.
Os
produtos cultivados por esse sistema no Brasil são cana-de-açúcar, café, etc.
Nesse sistema, toda a produção é voltada quase que totalmente para o mercado
externo, permanecendo no país apenas produtos de baixa qualidade. As colônias
eram exploradas de uma forma especulativa, sem nenhum interesse, por parte das
metrópoles, na melhora do país em que o plantation era estabelecido.
A mão-de-obra utilizada era composta principalmente por escravos e indígenas.
Através da dominação econômica muitos camponeses e pessoas de baixa renda
também eram obrigados a trabalhar nas plantações.
O sistema da
plantation ocasionou o surgimento de grandes latifúndios, uma vez que enormes
porções de terra eram destinadas a uma só pessoa.
Atualmente, alguns países subdesenvolvidos ainda utilizam esse sistema,
embora a maioria tenha substituído a mão-de-obra escrava pela assalariada,
ainda existe o trabalho escravo, mesmo que proibido. No Brasil, o plantation
ainda é utilizado em regiões que cultivam cana-de-açúcar ou café.
AGRICULTURA
ITINERANTE: Sistema simples,
que envolve o emprego de técnicas primitivas e instrumentos
rudimentares, voltado para a subsistência. A roça ou coivara,
praticados pelos indígenas no Brasil, constituem um exemplo
desse modo de produção agrícola, possuindo algumas características como;
- Utiliza um grande número de Mão- de- obra desqualificada
- Praticado em grande parte pela agricultura
familiar
- Utiliza baixo padrão tecnológico
- Predomina em pequenas e médias propriedades
- Utilização de técnicas arcaicas de produção
como o uso a enxada ou a queimada;
-
Devido ao uso de técnicas ultrapassadas e inadequadas
acaba ocorrendo um precoce esgotamento do solo que obriga
o deslocamento para outras áreas, repetindo-se o ciclo novamente.
AGRICULTURA
MODERNA E AS EMPRESAS AGRÍCOLAS
Sistema
agrícola originado nos países desenvolvidos, que temendo os intempéries da
natureza e a dependências alimentar em relação aos países subdesenvolvidos
passaram a desenvolver técnicas aprimoradas de plantio e de pecuárias,
o que acabou gerando um aumento da produtividade e uma otimização do
espaço rural sendo por isso logo incorporado ao sistema capitalista.
Algumas de suas característica são apresentadas a seguir;
- É a agricultura típica de países
desenvolvidos;
-
Utiliza
sementes selecionadas, exemplo:
soja, milho;
- Utilização de pouca mão-de-obra;
- Elevado grau de mecanização;
-
Uso
intensivo de maquinas, técnicas modernas
e caráter empresarial;
-
Esse
tipo de agricultura funciona como uma
-
empresa
e sua produção e destinadas tanto
-
ao interno quanto ao mercado externo;
- Apresenta elevada produtividade, pois se
utiliza dos mais avançados meios tecnológicos, sejam eles de maquinários
ou de pesquisas voltadas ao campo
Agribusiness
(do inglês, negócios agrícolas), que na prática significa “Agroindústrias”, é o
termo utilizado para denominar a fusão da produção primária da Agricultura e
pecuária com a indústria, onde ocorre o processamento ou industrialização dos
produtos oriundos da Agropecuária. São exemplos de Agroindústria
(Agribusiness): laticínio, frigorífico, indústria têxtil, entre outras.
AGRICULTURA
COLETIVA (COOPERATIVISMO)
Sistema presente em países socialista, em que
a propriedade da terra e coletiva, e sua produção visam atender
a população do país. Nesse sistema verificamos muito forte a presença
das cooperativas.
BELTS
(CINTURÕES AGRÍCOLAS) E BACIAS LEITEIRAS:
Sistemas agrícolas que incorpora os mais
avançados conhecimentos técnicos e científicos às práticas
agrícolas. Localizado geralmente ao redor dos grandes centros urbano
industriais, geralmente fazem parte das metrópoles e megalópoles e por
isso atende as necessidade imediatas dos centros urbanos que circundam, ou
seja, integrados. Pratica-se agricultura e pecuária intensiva para atender às
necessidades de consumo da população local. Nessas áreas produz-se
hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produção de leite e laticínios em
pequenas e médias propriedades, com predomínio da utilização de mão-de-obra
familiar. O excedente obtido é aplicado na modernização das técnicas. Os cinturões agrícolas dos
Estados Unidos: O governo americano organiza a produção
agrícola a partir de um zoneamento das áreas produtivas, incentivando por meio
de subsídios financeiros agricultores e pecuaristas que investem nas atividades
definidas para cada localidade. A localização dos cinturões não é fruto do acaso:
são considerados aspectos climáticos, de solo e até questões históricas da
colonização.
HIDROPONIA:
É um sistema de cultivo, dentro de
estufas sem uso de solo. Os nutrientes que a planta precisa para
desenvolvimento e produção são fornecidos somente por água enriquecida
(solução nutritiva) com os elementos necessários: nitrogênio,
potássio, fósforo, magnésio etc., dissolvidos na forma de
sais. Basicamente qualquer água potável para consumo humano serve
para hidroponia.
AGROSSISTEMAS
:Consolidam-se nos tipos de cultivo
ou de criação que serão produzidas as espécies de plantas e/ou raças de
animais, assim como as técnicas envolvidas na produção agrícola ou na pecuária,
além de analisar o tamanho das propriedades rurais e o nível tecnológico.
Classificação dos Agrossistemas: As
propriedades rurais são classificadas segundo o nível tecnológico aplicado na
pecuária e agricultura, com isso os Agrossistemas podem Pecuária Tradicional: Criação de gado
sem preocupação com a genética, com a saúde animal, com a qualidade das
pastagens, os animais são criados soltos em grandes áreas sem receber maiores
cuidados e com baixa produtividade.
Pecuária Moderna: E a criação a partir de cuidados com a genética,
analisando as vantagens da criação de uma determinada raça, utilização de
medicamentos, além de acompanhamento de um veterinário. Nesse sistema de
criação a área pastoril é de pastagens de qualidade e com elevado índice de
produtividade.
Agricultura Tradicional: É o cultivo de uma determinada cultura sem
utilização de defensivos agrícolas, as sementes não são selecionadas, não há
correção de solo, as técnicas praticadas são rudimentares, como arado de tração
animal, com produção baixa pela falta de modernização.
Agricultura Moderna: É o
cultivo intensivo, ou seja, alta produtividade em menos terras cultivadas, isso
ocorre porque a produção é estruturada nas mais modernas técnicas e
máquinas. Nesse tipo de produção é realizada primeiramente a correção do solo,
são observadas as previsões do tempo para executar o plantio, as sementes são
selecionadas, imunes a pragas e também são adaptadas ao clima, aplicação
de fertilizantes, além do acompanhamento de um agrônomo, o trabalho de plantio
e colheita é realizado por modernos tratores e colheitadeiras, garantindo alta
produtividade.
AGROSSISTEMAS
ALTERNATIVOS: Representa uma forma
de produção ecologicamente correta para amenizar os problemas sociais e
ambientais. Nesse sistema, busca-se a eliminação de agrotóxico, que são
chamados de produção orgânica, atualmente o produto orgânico tem
conseguido um valor mais elevado, o preço maior é devido à qualidade dos
produtos, pois são mais saudáveis, não há adição de substâncias químicas, pois
o combate às pragas e os fertilizantes são feitos com controle biológico, ou
seja, agentes que não são prejudiciais ao organismo e à natureza.
A
produção alternativa pratica a policultura (cultivo de várias culturas), jamais
a monocultura (cultivo de uma única cultura). Os objetivos são alimentos
saudáveis e equilibro ambiental, diminuição do êxodo rural e do
desemprego.
Apesar do crescimento da produção orgânica, a agricultura moderna provavelmente
não será superada, pois a produção orgânica oferece produtos saudáveis, porém o
resultado é baixo e se pensarmos na população mundial, que já soma 7
bilhões de pessoas no mundo, não será possível a prática restrita da produção
orgânica.
AGROPECUÁRIA
NOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS (EMERGENTES
Nos países subdesenvolvidos é impossível
estabelecer generalizações, já que os contrastes entre os membros desse grupo
repetem-se também no interior dos
mesmos, existindo uma convivência lado a lado, de modernas agroindústrias e
pequenas propriedades no qual ainda se pratica uma agricultura de subsistência.
Essa situação é uma herança histórica do período em que esses paises foram
colônias, excluindo a maioria das pequenas propriedades. O percentual da PEA que trabalha nesse setor
é sempre superior a 25%, porém isso não significa que esses paises sejam os maiores produtores de alimentos, bem como
grandes exportadores, sendo que a alta produtividade é característica dos
paises mais industrializados e mecanizados, sendo que os paises ou regiões onde
a base econômica é agrícola são justamente os que passam por maiores
dificuldades econômicas.
Tanto nos países subdesenvolvidos cuja base da economia é rural , como
nas regiões pobres dos países subdesenvolvidos que se industrializaram, há um
amplo predomínio da agricultura de subsistência, que ocupa os piores solos, e
do sistema de plantation, área de solos melhores. Em alguns desses paises, como a
Etiópia, 77% da população ativa é agrícola. É comum vigorar uma política
agrícola que priorize a produção voltada ao abastecimento do mercado externo,
mais lucrativo.
A maioria dos países subdesenvolvidos na
atualidade situa-se na Zona Intertropical. Nesses países, o meio rural
estrutura-se em torno da economia camponesa. Nos locais onde esses sistema
existe, entende-se que a terra não pode ser considerada como capital, mas meio
de trabalho, e os campos cultivados e rebanhos não são mercadorias, mas fontes
de auto-sustento. A produtividade, regra geral, é bastante baixa, como
conseqüência do uso de técnicas rudimentares e da grande dependência dos
fatores naturais, especialmente climáticos. Os excedentes são comercializados
em mercados locais próximos, fornecendo um complemento monetário ínfimo.
A
economia agrícola de subsistência aparece sob variadas formas e sistemas, que
são resultado da combinação de condições naturais específicas, de
circunstâncias demográficas peculiares e de diferentes heranças históricas e
culturais. As paisagens dos arrozais existentes nos deltas e vales inundáveis
de grandes rios do sul, sudeste e leste asiáticos, dos pastores nômades e
seminômades que se deslocam com seus rebanhos ao longo das orlas dos desertos
africanos e dos cultivos indígenas dos altiplanos dos Andes revelam a
diversidade dos modos de vida do mundo rural tropical.
AGROPECUÁRIA
NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
A agricultura e a pecuária, no geral, são
praticados de forma intensiva, com grande utilização de agrotóxicos,
fertilizantes, técnicas aprimoradas de correção e conservação dos solos e
elevados índices de mecanização agrícola. Por isso, a mão-de-obra no setor
primário da economia é bem pequena.
Nesses
países, além do enorme índice de produtividade, obtém-se um enorme volume de
produção que abastece o mercado interno e é responsável por grande parcela do
volume de produtos agropecuárias que circulam o mercado mundial. Uma quebra na
safra de qualquer produto cultivado nos Estados Unidos ou na Europa tem
reflexos imediatos no comércios mundial e na cotação dos produtos
agrícolas. Nos países
desenvolvidos, a porcentagem da população ocupada no setor primário é baixa em
torno de 2 a 8% da população ativa. Mas como têm a melhor agricultura do mundo,
podem alimentar bem sua população e ainda exportar cereais em grande quantidade
.
Nas nações industrializadas a agropecuária
ocupa uma pequena parcela de mão-de-obra, menos trabalho e mais produção. A
agricultura e a pecuária nos paises desenvolvidos estão integrandos com a
indústria. Antes de chegar ao mercado, os produtos são preparados para o
consumo e tem garantida a sua conservação. Os benefícios de muitos agricultores
dependem de grandes empresas agroindustriais que lhes financiam a maquinaria,
os adubos, as sementes e a seleção de animais; proporcionando-lhes em paralelo,
assessoramento técnico. Depois essas mesmas empresas comprar a produção Os
Estados Unidos é um país desenvolvido, além disso, ocupa atualmente a
condição de maior potência econômica, política e militar do mundo. Diante
desses fatores apresenta um elevado nível tecnológico em suas propriedades
rurais, utilizando máquinas, fertilizantes, agrotóxicos, irrigação e todo tipo
de biotecnologia disponível.
O setor agropecuário
norte-americano se destaca em virtude da intensa mecanização aliada aos fatores
naturais, como extensão territorial e condição climática. Esses permitem que o
país seja um dos maiores exportadores de produtos agrícolas.A concentração da
atividade agropecuária no território norte-americano se encontra,
majoritariamente, nas Grandes Planícies. Nessa região estão estabelecidos os
cinturões agrícolas, dos quais destacam o cinturão do trigo (wheat belt), do
milho (corn belt), e do algodão (cotton belt). Nas Grandes Planícies situam-se
as maiores concentrações de criadores de suínos e bovinos. Nas proximidades dos
Grandes Lagos e no nordeste do país há também o cinturão verde, onde são
produzidas hortifrutigranjeira, incluindo ainda a pecuária intensiva, destinada
à produção de leite (dairy belt). Em suma, o setor agropecuário dos Estados
Unidos é bastante desenvolvido e consegue os melhores índices de produtividade
do mundo.
A POLITICA AGROPECUÁRIA NO
MUNDO
Considera-se que os princípios definidos pelo Banco Mundial, podem ser resumidos em três postulados: a) a
produção familiar contribui mais para a eficiência econômica e a
eqüidade social do que grandes fazendas sob regime de assalariamento ou
fazendas coletivas/estatais; b) as transações mercantis são necessárias
para permitir a transferência de terras para produtores mais eficientes; c) é
importante para o crescimento econômico realizar uma distribuição mais
equilibrada da terra, e o instrumento para isso é a reforma agrária
redistributiva.
O
primeiro princípio se justificaria, segundo os teóricos do BM, pela maior
produtividade e eficiência do trabalho familiar, em razão do incentivo, da
participação no risco e dos baixos custos de monitoramento e de supervisão do
trabalho. Dentro de certos limites, haveria, segundo esse tipo de formulação,
uma relação inversa entre produtividade econômica e tamanho de propriedade , de
tal maneira que os produtores familiares seriam mais eficientes do que as
grandes fazendas, porque gerariam mais retorno por cada investimento realizado.
A principal desvantagem sofrida pela produção familiar, em relação às grandes
unidades sob trabalho assalariado, residiria, contudo, no acesso ao crédito e
no seu custo, mais fácil e tendencialmente mais barato para os grandes
proprietários, bem como no acesso a mercados e informações. O segundo princípio — a
necessidade de transações de mercado para transferir terra para produtores mais
eficientes — constitui o núcleo de toda proposta e, ao mesmo tempo, um objetivo
a ser perseguido. Ocorre que, segundo os economistas do BM, existe um conjunto
de "imperfeições" e "distorções" — como políticas
governamentais, deficiências informativas, altos custos de
transação o uso da terra como reserva de valor e mercados de crédito
inacessíveis aos pequenos produtores — que afeta o desempenho dos mercados
fundiários.
O
terceiro princípio consiste na necessidade da realização de reformas
agrárias redistributivas em situações de alto grau de concentração fundiária,
por três razões fundamentais: a) eficiência econômica, na medida em que o
trabalho familiar é visto como mais produtivo do que o trabalho assalariado; b)
eqüidade social, dada pela própria desconcentração da estrutura de propriedade;
c) redução da pobreza, na medida em que o acesso à terra, por si só, tem
importância vital na vida dos pobres rurais. Também fortalece esse princípio o
fato de economistas do próprio Banco terem reconhecido que estruturas agrárias
mais igualitárias favorecem a capacidade de crescimento econômico, tendo sido
um dos fatores responsáveis pelo padrão de desenvolvimento observado nos países
capitalistas mais avançados .
Pressões
pela retomada de uma política agrária no contexto neoliberal
Durante
a década de 1980, as propostas de desenvolvimento rural e, principalmente, de
reforma agrária foram deslocadas da agenda internacional em razão das políticas
de ajuste estrutural e da ascensão do neoliberalismo. As diretrizes do BM
estabelecidas em 1975, assim como as orientações da Conferência Mundial sobre
Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, promovida pela FAO em 1979, não se
materializaram. Convertidos em verdadeiros imperativos por inúmeros governos da
periferia por pressão do dueto FMI-BM, o pagamento do serviço da dívida
externa, o ajuste macroeconômico e fiscal e as políticas liberais
impossibilitavam, na prática, qualquer programa substancial de reforma agrária.
–
Agricultura Mundial até 2030 (perspectivas)
Segundo
um informe realizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO), a população mundial crescerá de cerca de 7 bilhões de
pessoas de hoje para 8,3 bilhões de pessoas em 2030. O crescimento populacional
ocorrerá em uma taxa média de 1,1% por ano até 2030, o que denota um ritmo mais
lento quando comparado com o crescimento anual dos últimos 30 anos, que foi de
1,7%. Ao mesmo tempo, uma porção cada vez maior da população mundial está bem
alimentada.
Como
resultado disso, o crescimento mundial na demanda por produtos agrícolas deverá
ser mais lento nos próximos anos, passando de uma média de 2,2% por ano nos
últimos 30 anos para 1,5% por ano até 2030. Nos países em desenvolvimento, essa
redução no crescimento da demanda será mais dramática, passando dos 3,7% dos
últimos 30 anos para uma média de 2% até 2030.
No
entanto, os países em desenvolvimento com níveis de consumos baixos a médios,
que representam cerca da metade da população dos países em desenvolvimento,
terão um lento decréscimo no crescimento da demanda por alimentos que passará
de 2,9% para 2,5% por ano, e um aumento do consumo per capita.
A população mundial passará a se alimentar
cada vez melhor até 2030, com 3050 quilocalorias disponíveis por pessoa,
comparado com as 2360 quilocalorias disponíveis por pessoa por dia na década de
sessenta e com as 2800 disponíveis hoje. Esta mudança reflete, sobretudo, o
aumento do consumo em muitos países em desenvolvimento, onde a média ficará em
torno de 3000 quilocalorias em 2030. O número de pessoas passando fome nos
países em desenvolvimento deverá declinar de 777 milhões de hoje para cerca de
440 milhões em 2030. Isto significa que a meta traçada pela Cúpula Mundial de
Alimentação de 1996, de reduzir o número de pessoas que passam fome pela metade
do nível de 1990-92 (815 milhões) até 2015, não será cumprida nem até 2030. A
região do deserto do Sahara da África é causa de sérias preocupações, porque o
número de pessoas cronicamente subnutridas deverá decrescer somente de 194 para
183 milhões.
Os cereais ainda são, de
longe, a mais importante fonte de alimentos do mundo, tanto para consumo humano
direto, como para produção de carne. Serão necessários bilhões de toneladas
extras de cereais até 2030. Os países em desenvolvimento se tornarão cada
vez mais dependentes das importações de cereais, carnes e leite, uma vez que
sua produção não acompanhará o ritmo da demanda. Até 2030, eles poderão estar
produzindo somente 86% de suas necessidades de cereais.
Os tradicionais exportadores de grãos, como os Estados Unidos,
a União Européia, o Canadá, a Austrália e a Argentina, e os países em transição
que estão emergindo como exportadores, deverão produzir o excesso necessário
para preencher a lacuna dos países em desenvolvimento. “Se os preços reais dos alimentos
não aumentarem, e as exportações dos produtos e serviços das indústrias
aumentarem como anteriormente, então a maioria dos países terá recursos para
importar cereais para suprir suas necessidades.
O uso de cereais na nutrição dos animais
não contribui com a fome e a desnutrição. Globalmente, cerca de 660 milhões de
toneladas de cereais são utilizadas na alimentação dos animais a cada ano. Isto
representa um terço do total utilizado mundialmente. Se estes cereais não
fossem utilizados como alimentos dos animais, eles provavelmente não seriam
produzidos, de forma que não estariam disponíveis para consumo humano em muitos
casos, de acordo com o relatório. O que é mais provável é que a ausência da
demanda por cereais para a produção animal levasse a uma menor produção destes
cereais.
A expansão das terras cultiváveis destinadas à produção
de alimentos será mais lenta do que no passado. Nos próximos 30 anos, os
países em desenvolvimento precisarão de um adicional de 120 milhões de hectares
para cultivos agrícolas; isto significa menos terrenos novos comparativamente
do que no passado. A expansão ocorrerá principalmente na região do Sahara da
África e na América Latina. Uma parte considerável destas terras extras será
proveniente de desmatamentos. Em outras regiões em desenvolvimento, quase todas
as terras apropriadas já estão em uso. Alguns países e comunidades estarão
frente a problemas relacionados a escassez de terras.
Durante
a década de noventa, o mundo perdeu uma área de 9,4 milhões de hectares de
florestas por ano, quase três vezes o tamanho de Bélgica. Entretanto, a taxa de
desmatamento está mais lenta do que nos anos noventa e, globalmente, os
desmatamentos provavelmente continuarão a se reduzir no futuro, apesar do fato
de grande parte da expansão das terras para cultivos agrícolas deverem ser
feitas em regiões de florestas e das previsões do aumento de 60% do consumo
mundial de madeira industrial, com relação aos níveis atuais. A irrigação é crucial para o
fornecimento de alimentos no mundo. Os países em desenvolvimento deverão
expandir sua área irrigada de 202 milhões de hectares de hoje para 242 milhões
de hectares até 2030. Globalmente há água suficiente disponível, mas algumas
regiões deverão ter sérios problemas de falta de água. A expectativa é que haja
um aumento de 14% na extração de água para irrigação nos países em
desenvolvimento até 2030. Um em cada cinco países em desenvolvimento sofrerão
com a escassez de água.
Dois
países, a Líbia e a Arábia Saudita, já estão utilizando mais água para
irrigação do que seus recursos renováveis anuais, tendo que extrair águas
subterrâneas fósseis. Em grandes áreas da Índia e da China, os níveis de águas
subterrâneas estão caindo de 1 a 3 metros por ano. Estas regiões terão que
utilizar a água de forma mais eficiente. A agricultura é responsável por cerca
de 70% de toda a extração de água doce para uso humano. Economizar água na
agricultura significa que mais água estará disponível para outros setores.
As
modernas biotecnologias são bastante promissoras como uma forma de
aumentar a segurança dos alimentos. Se as ameaças destas biotecnologias ao
meio-ambiente fossem discutidas, se a tecnologia fosse disponibilizada em
utilizada em favor das necessidades dos mais pobres e subnutridos, as
variedades de cultivos geneticamente modificados poderiam ajudar a sustentar a
agricultura em áreas marginais e a restaurar a produção em terras degradadas.
Outras tecnologias
promissoras têm surgido, que combinam o aumento da produção com o
aprimoramento da proteção ambiental. Isso inclui a agricultura de conservação,
sem cultivo, e o gerenciamento integrado das pragas e dos fertilizantes.
Localmente, a agricultura orgânica pode se tornar uma alternativa realista para
a tradicional agricultura para os próximos 30 anos. A
demanda futura por animais domésticos e produtos lácteos poderá
ser suprida, mas as conseqüências do aumento da produção precisam ser
resolvidas. A produção passará de sistemas de pastos extensivos para métodos
mais intensivos e de caráter industrial. “Isso poderá representar uma ameaça
aos estimados 675 milhões de produtores rurais pobres cujo sustento depende do
gado. Sem medidas especiais, os pobres sentirão dificuldades em competir
e poderão se tornar marginalizados, tornando-se ainda mais pobres. Se a
política ambiental for correta, o crescimento futuro da demanda por produtos de
origem animal poderá fornecer uma oportunidade para famílias pobres de gerar
renda adicional e empregos”. Problemas ambientais e sanitários da produção
industrial de carnes (disposição de dejetos, poluição, disseminação de doenças
animais, uso excessivo de antibióticos) também precisam ser resolvidos.
A
mudança climática pode aumentar a dependência de alguns países em
desenvolvimento das importações de alimentos. O efeito geral da mudança
climática na produção mundial de alimentos até 2030 deverá ser pequeno. A
produção provavelmente aumentará nos países desenvolvidos. Os mais afetados
serão os pequenos produtores rurais em áreas afetadas pela seca, inundação,
invasão de águas salgadas ou tempestades marítimas. Alguns países,
principalmente na África, passarão a ser mais vulneráveis à insegurança
alimentar.
Com muitos estoques marinhos
atualmente totalmente explorados ou excessivamente explorados, a oferta futura
de peixes deverá se reduzir devido aos recursos limitados. A participação da
pesca de captura na produção mundial deverá continuar declinando e a
contribuição da aqüicultura na produção mundial de peixes continuará crescendo.
ONDE
ESTÁ E PARA ONDE CAMINHA O PODER NA AGRICULTURA MUNDIAL
O
mundo já tem sete bilhões de pessoas e até 2050 estima-se que serão nove
bilhões, sendo a quase totalidade desse aumento nos países em desenvolvimento.
A questão de como alimentar adequadamente toda essa população vem sendo ouvida,
cada vez mais, na academia, na imprensa, e nos governos mundo afora. O aumento
de produtividade na agricultura é resposta central, junto com crescimento e
melhor distribuição da renda mundial. O Brasil deverá ter papel
fundamental no aumento da oferta de alimentos, agroenergia, e outros produtos
agrícolas, e com isso, o país deverá aumentar sua influencia econômica e
política mundial.A emergência do Brasil e de outros grandes países em
desenvolvimento ainda não está refletida na atual distribuição do poder na
agricultura. Esta é a avaliação do recente relatório da Scottish Agricultural
College (SAC), lançado no tradicional encontro de agricultores do Reino Unido -
Oxford Farmimg Conference. A Europa e os Estados Unidos dominam
fortemente o poder na agricultura, amparados tanto por sua eficiência como por
fortes políticas públicas que incluem subsídios e mercados protegidos.
A
Conferência decidiu discutir o tema ‘poder na agricultura’ pela percepção
de uma alteração no jogo de forças globais na economia como um todo e na
agricultura em particular. Os agricultores britânicos estão percebendo
que seu poder está sendo ameaçado por agricultores de outras partes do mundo,
especialmente dos países emergentes, e o momento agora é de reflexão sobre como
lidar com tais mudanças. A concentração dos mercados agrícolas, assim como o
gradual processo de liberalização comercial, também tornam o assunto de
transformações do poder global. a agricultura relevante. Por
fim, a forte dependência do clima e de recursos naturais, grande parte
não-renovável, faz com que hoje a agricultura esteja especialmente vulnerável a
mudança do clima e a escassez de recursos.
Segundo
o relatório, o que determina o poder dos diferentes países são o seu domínio
econômico, as suas capacidades de influência política e suas dotações de
recursos naturais. Participação no comércio internacional e sediar empresas
transnacionais indicam poder econômico. Nestes dois quesitos, a concentração é
marcante: os 20 países que mais comercializam são responsáveis por 78 e 70% das
exportações e importações globais, respectivamente; quatro companhias
comercializam cerca de 80% dos grãos no mundo; sete empresas controlam a oferta
mundial de fertilizantes; três companhias comercializam 50% do mercado global
de sementes. No quesito comércio, o relatório britânico defende que o
que dá poder é a participação total
no comércio, tanto
importações como exportações. Assim,
como o Brasil participa muito ativamente apenas como exportador, e não como
importador, ele não recebe tantos pontos nesse critério. Tal critério é
discutível e levanta a dúvida de quem são os atores poderosos e quem são os
vulneráveis em uma relação comercial. Ainda assim, Brasil e Argentina são os
países que mais aumentaram o saldo líquido de comércio agrícola (exportações
menos importações) entre 1997 e 2009, enquanto a Europa apresentou queda .
Com
relação ao poder econômico das empresas transnacionais, verifica-se que
a forte dominância dos Estados Unidos, que controlam 30% das gigantes do
agronegócio, incluindo insumos, produção, comercialização e varejo. Na
sequência estão colocados Reino Unido, França e Alemanha, sendo que o Brasil
não aparece na lista, a qual é baseada em estudo da UNCTAD com as maiores 150
empresas na agricultura do mundo. Mesmo considerando o movimento de
internacionalização de algumas empresas brasileiras nos últimos anos, o país
ainda tem uma participação desproporcionalmente baixa nesse quesito, tendo em
vista sua produção agrícola.
O poder político
foi analisado pelo relatório da SAC por meio de análises de força política em
organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco
Mundial. Como esperado, os Estados Unidos e os países europeus, por serem os
maiores financiadores de tais organizações, concentram poder de decisões, mas
tendências de mudança nesse padrão já são observadas. O Brasil é o décimo país
em termos de contribuição para o orçamento da OMC, mas está em 4º lugar nos
países que mais usaram os seus mecanismos de disputa. Também é destaque o forte
poder de lobby das grandes corporações, assim como outras formas de influência
de políticas públicas. Assim como
o poder econômico e político, a distribuição dos recursos naturais também é
altamente concentrada. Terras aráveis, água, minerais usados como
fertilizantes, e energia são a base para produção agrícola e estão distribuídos
de forma bastante desigual pelo mundo. Brasil, Estados Unidos, China, Austrália
e Rússia concentram um terço das áreas que atualmente poderiam ser usadas para
agricultura, segundo levantamento da FAO. Além de estar bem posicionado em
termos de terras agricultáveis – a despeito de diversas restrições ambientais –
o Brasil é também o país com a maior reserva de água do mundo. Os
principais fertilizantes são nitrogênio, fosfato e potássio, sendo que o
primeiro é produzido a partir do petróleo e os demais são minerais. São todos,
portanto, recursos não-renováveis. No quesito de rochas fosfáticas, o Oeste da
África, especialmente o Marrocos é destaque, detendo quase 80% das reservas
mundiais de fosfato, o que poderia dar uma posição privilegiada no médio e
longo prazo. A produção atual de fosfato, no entanto, é encabeçada por China e
Estados Unidos, sendo que o Brasil também produz bastante, ocupando a 7ª
posição mundial. As reservas
de potássio estão concentradas na Ucrânia, Brasil, Canadá e Rússia, sendo que
esses dois últimos são hoje os principais produtores. Estados Unidos e China
também possuem importantes reservas, enquanto os países europeus são mais
vulneráveis nesse recurso. Já na disponibilidade de energia, o relatório
britânico destaca apenas as reservas de petróleo. A agricultura moderna é
altamente dependente de petróleo e seus derivados, mas apenas um terço dos
gigantes da agricultura são também gigantes do petróleo. Ou seja, os outros
dois terços dependem de importações e, portanto, podem apresentar fragilidades
no futuro. Novamente, o Brasil se encontra em posição confortável, agora e nas
perspectivas futuras. A partir das análises apresentadas, foi criado um índice
de poder para cada uma das dimensões, que está detalhado no quadro a seguir.
Dimensões
|
UE27
|
EUA
|
Brasil
|
Rússia
|
China
|
Australásia
|
Japão
|
Reino Unido
|
Comércio
|
4,5
|
5,0
|
2,0
|
3,0
|
3,0
|
2,5
|
2,5
|
3,0
|
Corporações
|
5,0
|
5,0
|
1,0
|
1,0
|
2,0
|
2,0
|
3,0
|
3,0
|
Política
|
5,0
|
5,0
|
1,0
|
3,0
|
2,0
|
1,0
|
4,0
|
4,0
|
Recursos
|
3,5
|
4,0
|
3,3
|
3,5
|
4,5
|
3,3
|
1,5
|
2,0
|
Minerais
|
1,3
|
2,5
|
2,3
|
4,3
|
3,3
|
1,0
|
0,0
|
1,0
|
TOTAL
|
19,3
|
21,5
|
9,5
|
14,8
|
14,8
|
9,8
|
11,0
|
13,0
|
De qualquer forma, a avaliação do quadro pode
nos fornecer algumas considerações interessantes. Mesmo com crise e tendência
de mudanças, a agricultura mundial ainda está fortemente dominada por Estados
Unidos e Europa, que na pontuação final tem praticamente o dobro de poder do
que o Brasil. Destaques na pontuação são as dimensões “corporações” e
“política”, onde os primeiros obtiveram nota máxima e o Brasil apenas 1 ponto.
Estou de acordo que o país tem um longo caminho a percorrer nesses importantes
quesitos, caso tenha interesse em ser líder mundial no agronegócio. Também vale refletir se todas essas cinco
dimensões analisadas deveriam, ou não, ter pesos iguais e a forma como uma
influencia a outra. Para o Brasil, que se destaca nas dimensões “recursos” e
“minerais”, é especialmente importante analisar como pode alavancar poder
político e econômico a partir dessas. O atual debate sobre o (falso) perigo da
desindustrialização põe lenha nessa fogueira. O caminho para essa alavancagem
são políticas públicas ancoradas em um planejamento de longo prazo para o país,
de modo a incentivar a produção sustentável do agro, garantindo, assim,
segurança alimentar e energética para o Brasil e para o mundo, entre muitos
outros benefícios socioeconômicos. Todos os brasileiros têm a ganhar com isso.
DA
REVOLUÇÃO AGRÍCOLA AOS DESEQUILIBRIOS AMBIENTAIS
O espaço rural de vários países se
modernizou. A mecanização agrícola, o uso da biotecnologia, de sistemas de
estocagem e escoamento da produção tornaram a agropecuária mais produtiva e
competitiva. Os investimentos e o controle da produção agrícola por grandes
empresas disseminou a utilização de produtos apropriados à correção do solo, de
adubos químicos, de agrotóxicos, de rações, de sementes geneticamente
modificadas, etc. Por outro lado, diversas regiões do mundo vivem as tragédias
da subnutrição e da fome.
O
Brasil em seu imenso território vive essa mesma contradição. Coloca-se entre os
dez maiores exportadores agrícolas mundiais, desenvolve uma agricultura moderna
e de elevada competitividade, possui o maior rebanho bovino comercial do mundo,
ao mesmo tempo em que uma parte expressiva da população rural vive em condições
miseráveis.
O primeiro grande avanço tecnológico nas atividades agropecuárias ocorreu
dentro do mesmo processo da Revolução Industrial, no século 18. Os
países que se industrializaram nesse período modernizaram os seus sistemas de
cultivo, elevaram a produção e a produtividade - produzir mais com menos terra
e mão-de-obra -- introduziram novas técnicas com o desenvolvimento de
instrumentos agrícolas. A migração para as cidades, nesse período, também
diminuiu o número de pessoas envolvidas nas atividades agrícolas. Dessa forma,
a Revolução Industrial e a intensa urbanização0gerada por ela exigiram uma
Revolução Agrícola, capaz de ampliar o fornecimento de matérias-primas à
indústria e a produção de alimentos necessária ao abastecimento de uma
população que se urbanizava.
A
REVOLUÇÃO VERDE
A partir da segunda metade do século 20, os países desenvolvidos criaram
uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial por meio da introdução
de técnicas mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso de fertilizantes,
defensivos agrícolas e a utilização de sementes selecionadas em substituição às
sementes tradicionais, menos resistentes aos defensivos agrícolas. Concebido nos Estados Unidos, esse
processo ficou conhecido como Revolução Verde. Sua principal bandeira era
combater a fome e a miséria dos países mais pobres, por meio da introdução de
técnicas mais modernas de cultivo.Ao mesmo tempo em que modernizou a
agricultura em alguns países subdesenvolvidos, a Revolução Verde elevou a
dependência em relação aos países mais ricos que detinham a tecnologia
indispensável ao cultivo das novas sementes e forneciam os insumos necessários
para viabilizar a produção. A
elevação da produtividade diminuiu o preço de diversos produtos para o
consumidor, mas o custo dos insumos aumentou numa escala muito maior. A
produção de determinados gêneros contemplados pela Revolução Verde era viável
quando realizada em grande escala, em grandes propriedades agrícolas. Pouco
mais de dez anos depois, as primeiras plantas transgênicas passaram a ser
produzidas comercialmente e com isso a biotecnologia ganhou cada vez mais
destaque no cenário científico e tecnológico, com a promessa de uma agricultura
mais produtiva e menos dependente do uso de agrotóxicos. E com essa promessa
vieram também as dúvidas sobre os efeitos secundários dos transgênicos e as
conseqüências que podem provocar na saúde e no ambiente. A polêmica
dos transgênicos tem argumentos consistentes de um lado e do outro.
PRÓS
O alimento geneticamente modificado pode ter
a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através das plantas
modificadas geneticamente para produzirem vacinas ou iogurtes fermentados com
OGMs que estimulem o sistema imunológico. Um feijão com a inserção de um gene
da castanha do Pará, por exemplo, passa a produzir metionina, um aminoácido
essencial para a vida. O uso de transgênicos pode reduzir o uso dos agrotóxicos
(herbicidas, inseticidas e fungicidas) mais danosos, que podem causar sérios
problemas aos seres vivos e a produção agredirá menos o meio ambiente.As
plantas geneticamente modificadas podem adquirir resistência ao ataque de
insetos, de pragas e à seca ou até mesmo tornarem-se menos vulneráveis à geada. Através da resistência obtida, a planta sofre
menos interferências de pragas e doenças, aumentando, assim, a produtividade
agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos
onerosas. O aumento da produção de alimentos, onde especialistas afirmam podem
reduzir o problema da fome.
PROBLEMAS
AMBIENTAIS RELACIONADOS A AGROPECUÁRIA
O desmatamento é um
dos grandes problemas ambientais provocados pela agropecuária. A agropecuária é
o conjunto das atividades ligadas à agricultura e à pecuária. Apresenta grande
importância para a humanidade e para a economia, visto que sua produção é
destinada ao consumo humano e para a venda dos produtos obtidos. No entanto,
vários problemas ambientais estão sendo desencadeados em virtude da expansão da
agropecuária e da utilização de métodos para o cultivo e criação de animais. O
desmatamento é uma prática muito comum para a realização da agropecuária. A retirada
da cobertura vegetal provoca a redução da biodiversidade, extinção de espécies
animais e vegetais, desertificação, erosão, redução dos nutrientes do solo,
contribui para o aquecimento global, entre outros danos.
As queimadas, método muito
utilizado para a retirada da vegetação original, intensificam a poluição
atmosférica, além de reduzirem os nutrientes do solo, sendo necessário usar uma
quantidade maior de produtos químicos (fertilizantes) durante o cultivo de
determinados alimentos, fato que provoca a poluição do solo.
Outro agravante é a utilização de agrotóxicos (inseticidas e
herbicidas), que contaminam o solo, o lençol freático e os rios. Esses
produtos, destinados à eliminação de insetos nas plantações, infiltram-se no
solo e atingem as águas subterrâneas. As águas das chuvas, ao escoarem nessas
plantações, podem transportar os agrotóxicos para os rios, causando a
contaminação da água. Na pecuária, além da substituição da cobertura vegetal
pelas pastagens, outro problema ambiental é a compactação do solo gerada pelo
deslocamento dos rebanhos. O solo compactado dificulta a infiltração da água e
aumenta o escoamento superficial,
podendo gerar erosões. Esses animais, através da liberação de gás metano,também
contribuem para a intensificação do aquecimento global. O principal aspecto
ambiental da atividade agropecuária é a modificação da forma de uso
e ocupação do solo. As atividades agopecuárias são muito importantes para a
humanidade, pois estão diretamente relacionadas a produção de alimentos, assim,
são geradoras de inúmeros impactos ambientais positivos, como, por exemplo,
desenvolvimento regional. No entanto, existem impactos ambientais negativos
decorrentes destas atividades, como a contaminação química por defensivos
agrícolas, desmatamento, perda de biodiversidade, etc.
Contudo
um dos impactos ambientais negativos mais relevantes, não só da pecuária, como
também da agricultura, é a perda de solo, através da erosão. O processo
erosivo provoca a degradação do solo, principalmente da sua camada orgânica,
que também é a sua camada fértil, aumentando a necessidade de fertilização, o
que pode acarretar em poluição dos lençois freáticos. A contaminação por agro
químicos é uma constante nas propriedades agrícolas e produzem impactos sobre a
saúde humana, poluindo as águas, o solo e o ar, prejudicando a flora e a fauna. É
um fato claro que na agropecuária intensiva ocorre à substituição da
cobertura de vegetação natural de grandes áreas, e muitas vezes é feito o uso e
o manejo inadequados do solo destas áreas antropizadas, e disso usualmente se
origina o processo de degradação do solo e consequentemente dos recursos
hídricos.
Dentre os principais impactos ambientais negativos da agropecuária,
pode-se destacar:
– a eliminação e/ou redução da
fauna e flora nativas, como consequência do desmatamento de áreas para o
cultivo de pastagens;
- o aumento da degradação e perdas de nutrientes dos solos, em especial devido
ao pisoteio intensivo e à utilização do fogo;
- a contaminação dos produtos de origem animal, devido ao uso inadequado
de produtos veterinários para o tratamento de enfermidades dos animais e
de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas pastagens;
- a redução na capacidade de infiltração da água no solo devido à compactação;
- a degradação da vegetação e compactação dos solos, especialmente expressiva
no caso de superpastoreio;
- a contaminação das fontes d’ água e assoreamento dos recursos hídricos.
É consenso geral que
o controle da erosão na agropecuária pode ser feito através de um Planejamento
Rural consciente. Ou seja, não é necessário parar a produção, apenas
racionalizar o uso da terra segundo as suas características e aptidões. O
Planejamento Rural pode trazer uma série de benefícios econômicos ao produtor,
por exemplo, a diminuição dos custos com fertilizantes e reformas de terra, a
não-geração de um passivo ambiental a produção pode ficar mais fácil e mais
barata.
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DOS
TRANSGÊNICOS
O
lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que
pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do
organismo podem ser afetados. Há um considerável aumento do número de casos de
pessoas alérgicas a determinados alimentos em virtude das novas proteínas que
são produzidas pela alteração genética dos alimentos.
Riscos
ambientais como o aumento considerável de resíduos de pesticidas.
A uniformidade genética leva a uma maior
vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha
sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo
(monocultura). Pragas e doenças poderão tornar-se resistentes se houver a
transferência do gene resistente para eles.
MÉTODOS
SUSTENTAVEIS PARA MINIMIZAR OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES DAS ATIVIDADES
AGROPECUÁRIAS Portanto, diante da necessidade de produzir
alimentos para atender a demanda global e ao mesmo tempo preservar a natureza,
é necessário que métodos sustentáveis sejam implantados na agropecuária, de
forma a reduzir os problemas ambientais provocados por essa atividade, dentre
os quais destacamos a seguir: O pousio: é uma técnica que visa o “descanso” do solo
até que haja a recuperação da sua fertilidade.
Sistema de Plantio
Direto: É uma prática amplamente utilizada nos dias de hoje. A prática é
tem gerado bem menos impacto que a agricultura tradicional, já que utiliza
princípios conservacionistas de preservação e ciclagem de nutrientes. Uma base
do sistema é revolver o solo o mínimo possível, já que quando revolvemos o
solo, a matéria orgânica é rapidamente decomposta. Outra base é a manutenção da
palhada resultante da cultura anterior sobre o solo, o que reduz muito a
erosão, bem como a utilização da rotação de culturas. Assim, o sistema consegue
conservar a matéria orgânica do solo, aumentando a capacidade de retenção de
nutrientes, aumentando a quantidade de microrganismos benéficos no solo,
aumentando o armazenamento de água, reduzindo a erosão e lixiviação As
principais limitações do plantio direto são: necessidade de mais conhecimento
técnico para sua realização; algumas doenças e insetos são favorecidos no
processo (apesar de outras serem desfavorecidas); Agricultura Orgânica: É o sistema alternativo mais
conhecido atualmente, apesar do seu uso ser muito restrito. O método baseia-se
na ausência da utilização de pesticidas, aplicação de adubos orgânicos, sendo
condenado o uso da maioria dos fertilizantes de fontes não-renováveis. Sendo
assim, visa simular o que ocorreria na natureza. É sem dúvidas um dos métodos mais sustentáveis
do ponto de vista ecológico, mas insustentável do ponto de vista econômico e
social. Isso ocorre principalmente devido às baixas produtividades alcançadas
pelo sistema, o que impossibilita a aplicação em larga escala, se limitando
apenas a pequenas produções. É hoje um método utilizado quase exclusivamente
destinado a mercados refinados, devido ao alto custo desses produtos As principais
limitações da agricultura orgânica são: Baixa produtividade, ataque intenso de
pragas e doenças, altas infestações de plantas daninhas, altos custos de
produção, baixa qualidade dos produtos gerados, alta perda da produção no
campo, impossibilidade de suprimento da demanda mundial, e elitização do
consumo dos produtos gerados
Integração
lavoura-pecuária-floresta
É um sistema que combina o cultivo de
espécies arbóreas comerciais, grãos, forrageiras com a criação de animais em
uma mesma área, de forma simultânea ou sequencial, com o uso sustentável dos
solos. Essa tecnologia proporciona a máxima produção de alimentos, fibras e
energia por unidade de área.
trazendo vantagens como: -
recuperação de pastagens degradadas
- maior infiltração de água das chuvas no solo
- maior retenção de água no solo
- ciclagem de nutrientes
- maior produção de forragem na entressafra
- conforto térmico, que proporciona bem-estar animal
- diversificação de atividades na propriedade
- redução dos riscos climáticos e de mercado
- melhoria de renda do produtor
- redução da emissão de gases de efeito estufa
DESCARTE DE
EMBALAGENS: É a correta destinação
final às embalagens vazias dos agrotóxicos utilizados na agricultura. O
agricultor deve lavar (tríplice lavagem ou lavagem de alta pressão), inutilizar
as embalagens e entregar a uma unidade de recebimento indicada pelo revendedor
na nota fiscal. As indústrias devem retirar as embalagens nas unidades de
recebimento e dar correta finalização (incineração ou reciclagem).
RASTREABILIDADE O rastreamento do gado é feito desde o nascimento
até o abate. Gera um histórico completo, que deve ser fornecido pelos
fazendeiros ou certificadoras credenciadas pelo Ministério da Agricultura. Data
e local do nascimento, nome dos pais, movimentação geográfica do animal, uso de
produtos veterinários são algumas das informações disponíveis. A rastreabilidade é uma ferramenta de
segurança alimentar, uma vez que permite identificar a origem da carne e os
processos utilizados em sua elaboração. Além disso, reduz os riscos à saúde
pública ao localizar geograficamente zoonoses (doenças de animais transmitidas
ao homem
MANEJO DA
ÁGUA: Reduzir a dependência das
chuvas e ofertar produtos no mercado em épocas de melhores preços – e ao longo
de todo o ano – são benefícios da irrigação. Vantagens que só se concretizam se
a aplicação da água for compatível com a real necessidade de cada cultura, já
que esse bem tem se tornado mais escasso à medida que a agricultura, a
indústria e a população crescem.
Maior consumidor de água do planeta. Do total demandado no Brasil, 69% vai para
a irrigação de 4,6 milhões de hectares – e há potencial para chegar a 29,6
milhões. Sustentar essa ampliação é o desafio do campo, que tem se valido dos
avanços tecnológicos, além de revisões constantes no modo de conduzir as lavouras,
para maximizar a produção e minimizar a utilização de água.
BIOENERGIA
(TRATAMENTO DE RESÍDUOS) O bagaço da cana passa por várias
etapas durante o processo industrial antes de produzir bioeletricidade –
energia limpa, renovável e segura. A geração se destina a abastecer a própria
usina e o excedente costuma ser vendido para o sistema elétrico nacional por
meio de leilões do governo. Apesar de suas vantagens ecológicas, apenas 2% do
consumo de energia do país é suprido pela bioeletricidade. A cana é a matéria-prima do etanol,
combustível limpo e renovável, cuja produção nacional chega a 22 bilhões de
litros. O país é considerado o segundo maior produtor mundial .
Não é só o setor canavieiro que teve que achar destino correto para seus
resíduos, como a vinhaça, que poluiu rios e matou peixes no passado. Desde
2003, a suinocultura investe no tratamento dos dejetos dos animais. A técnica
mais eficiente provém dos biodigestores. Nestes equipamentos ocorre a
fermentação da biomassa que dá origem ao biogás, usado na geração de energia. A Bioenergia já vendeu R$ 5
milhões em créditos de carbono para a União Europeia. Esse mercado nasceu com o
Protocolo de Kyoto, tratado internacional que permite que países desenvolvidos
compensem suas emissões de gases de efeito estufa por meio de projetos
elaborados por nações em desenvolvimento, desde que todos eles sejam
signatários do acordo MANEJO
INTEGRADO DE PRAGAS: O controle é feito por diversas formas : por meio de
insetos, uso de feromônios, retirada e queima da parte do vegetal afetada, etc
manejo é uma alternativa proposta pela comunidade científica para diminuir o
uso de agrotóxicos. A vespinha Cotesia se alimenta da broca, larva que roe a
cana e já causou prejuízos enormes
AS PERDAS
DE MAIOR OCORRÊNCIA NOS AGROECOSSISTEMAS E SEU APROVEITAMENTO
PERDAS DE
RESTOS DE COMIDA – Na natureza o
resíduo de um elemento deve servir de insumo para outro, não se pode gerar
lixo, desperdício sem utilidade. Esta mesma lógica deve ser utilizada nas
propriedades rurais e urbanas. O que fazer para criar um dispositivo de
retenção com estas sobras? Parte destas sobras pode servir como complementação
alimentar para pequenos animais, é uma ótima alternativa. E as demais podem ser
utilizadas na confecção de compostagem doméstica, transformando estas sobras
desprovidas de óleo em adubos orgânicos.
A EROSÃO: pode até acontecer sem a que saia nenhuma
partícula de solo da propriedade, basta apenas que os minerais que antes
estavam no horizonte A, ou melhor, na camada do solo agrícola e foi carreada
pela água para outros horizontes mais profundos do perfil do solo. As argilas
quando não bem trabalhadas são lixiviadas em muitos casos para as camadas mais
profundas do solo, muitas vezes criando lajes compactadas impedindo a penetração
das raízes e até da água.
Vários dispositivos podem ser acionados para
evitar erosão:
-Não realizar desmatamentos em grandes
extensões de terra e sim quando necessário em pequenas áreas, para facilitar a
cicatrização da área quando se fizer necessário. Manutenção da cobertura
vegetal ao máximo;
- Plantio em curvas de níveis;
- Captação da água desde as áreas mais altas
da propriedade, evitando o escorrimento;
- Respeitar o uso da legislação ambiental nas
áreas de proteção permanente (APP);
- Adequar às propriedades quanto ao uso e
ocupação do solo;
- Uso de terraceamento.