quarta-feira, 23 de abril de 2014

CONTINENTE EUROPEU - 3º E.M - Geografia - Juscelei

CONTINENTE EUROPEU
A Europa é o segundo menor continente do mundo depois da Oceania, tendo uma extensão de 10.530.751², representando 7% das terras emersas. Estritamente, a Europa, como a Oceania, deixam de estar categorizadas como continentes e são consideradas Macro-Unidades Geográficas, já que efetivamente, no caso da Europa esta macrounidade geográfica é um prolongamento ocidental do continente eurasiático.Dessa maneira, levando-se em conta apenas os aspectos físicos, a Europa em si não constitui um continente, mas uma grande península do continente eurasiano. Entretanto, considerando a história - bem como as características populacionais e, principalmente, culturais -, podemos notar que, na Eurásia, a Europa e a Ásia são duas realidades distintas, o que justifica estudá-las separadamente, como continentes isolados.                                                                   

HIDROGRAFIA

                A costa européia é extensa e sofre influência das águas do Oceano Glacial Ártico e Atlântico, além de mares menores como o Cáspio e o Negro. A Europa é uma península e o seu litoral é composto por várias delas e inúmeras ilhas, dentre elas as principais são: ao norte, A península da Jutlãntica, península Escandinava; a oeste, ilhas Britânicas, ilha da Irlanda e ao sul a Península Ibérica, Itálica e Balcânica, além das ilhas de Creta, Sílicia, Sardenha, Córsega e Baleares. Rio Volga é o mais extenso rio europeu (3.688 km). Nasce no Planalto de Valdai, atravessa a planície russa e desemboca no Már Cáspio.  O rio Reno é o mais importante rio europeu, devido ao intenso transporte de matérias-primas e produtos industrializados através dele. Nasce nos Alpes (suiços), atravessa o Lago Constança, passa por um pequeno trecho da França, liga a grande região industrial da Alemanha e desemboca no Mar do Norte (na Holanda), junto à sua desembocadura encontra-se o Porto de Rotterdã, o maior da Europa. O Rio Danúbio é o "internacional" da Europa, pois atravessa vários países: Alemanha, Áustria, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia. Banha as cidades de Viena, Budapeste e Belgrado. Sua foz faz a fronteira entre a Romênia e a Ucrânia. Em geral são rios de planícies favorecendo a navegação e escoamento dos produtos. Porém os Alpes e Pirineus são aproveitados como formadores de quedas d’água aproveitadas na geração de energia em usinas hidrelétricas.    No continente europeu há a ligação do Mar do Norte até o Mar Negro através dos rios Reno, e Danúbio.



A Europa apresenta uma grande quantidade de rios, que deságuam ora diretamente no oceano, ora em lagos, mares ou outros rios. Desse emaranhado fluvial, destacam-se as bacias:  do rio Reno, que nasce na Suíça, serve de fronteira entre a França e a Alemanha, onde banha uma das regiões mais industrializadas de toda a Europa, e deságua nos Países Baixos (porto de Roterdã). Por ser largamente utilizado na navegação, o Reno interliga-se a outros rios através de canais.
do rio Danúbio, que nasce no maciço da Floresta Negra, na Alemanha, drena importantes rios do centro-sul europeu e deságua no Mar Negro. Além da Alemanha, banha os seguintes países: Áustria, Eslováquia, Hungria, Sérvia, Bulgária, Romênia e Ucrânia. do rio Volga, o maior rio europeu, cuja nascente se localiza nas planalto de Valdai, na Rússia, drenando muitos afluentes até deságuar no Mar Cáspio. 
Além da grande quantidade de rios e de mares, a hidrografia europeia apresenta ainda muitos lagos, como os de Zurique, na Suíça, e os lagos glaciários que ainda aparecem nas planícies do noroeste da Rússia, na Escandinávia e sobretudo na Finlândia, considerada "o país dos lagos", por concentrá-los em maior número.
RELEVO:
Embora haja cadeias de montanhas, as formas de relevo predominantes na Europa são as planícies, que apresentam duas características muito positivas: um solo geralmente fértil e favorável à agricultura e grande facilidade para o estabelecimento de vias de comunicação. Os planaltos mais elevados e as montanhas não chegam a cobrir 35% do território europeu e, por essa razão, a altitude média das terras da Europa é de apenas 340 metros. De maneira geral, portanto, no relevo europeu predominam elevações modestas, e são muito comuns as planícies, principalmente na metade norte do continente e em toda a porção leste, onde aparece a grande Planície Russa. Além dessa, merecem destaque a Planície Húngara, percorrida pelo rio Danúbio. A PlaníA Europa é um continente com um relevo pouco acidentado, se comparada com outros continente. Em termos de relevo, podemos considerar quexistem três grandes conjuntos morfológicos: as planícies, os
planaltos e as montanhas.  Grande parte do território é constituído pela grande
Planície Central Européia que se estende desde a costa
ocidental da França e vai até aos Montes Urais, no limite
com a Ásia. Os planaltos localizam-se no interior da Europa, principalmente a Sul da Grande Planície Européia. Nesta zona planáltica destacam-se alguns relevos muito antigos de formas arredondadas e pouco elevados (com altitudes
inferiores a 2.000 metros)  As montanhas mais jovens localizam-se sobretudo no sul da Europa. São montanhas de altitude elevada (superior a 2.500 metros) e apresentam declives muito acentuado cie Germano-Polonesa, de tipo fluvial, estende do interior para o litoral norte do continente.

Os Pireneus, tal como os Alpes, são uma formação montanhosa de idade recente que  separa a Península Ibérica da França. Oseu pico de maior altitude é o pico Aneto com 3.404 metros e que se localiza em território espanhol. Extensas planícies sedimentares predominantes, como bacias de Londres, Parisiense, Germano- Polonesa e Russa (a mais extensa) éa grande Planície Central Européia que se estende desde a
costa ocidental da França e vai até aos Montes Urais, no limite com a Ásia.
Escudos e Maciços Antigos são formados por rochas magmáticas e  metamórficas antigas, da Era
pré-cambriana. São áreas ricas em minerais metálicos como ferro,manganês, ouro, prata, etc. Essas áreas possuem mais de 800 milhões de anos.
As cadeias montanhosas recentes são formações de aproximadamente 200 milhões de anos. Se formaram na era Mesozóica e na Cenozóica. Èuma região de grande atividade sísmica e vulcânica, pois fica em fronteira de placas tectônica As bacias sedimentares e as planícies européias ocupam a porção norte- nordeste do continente europeu. As áreas mais antigas são ricas em carvão mineral e em petróleo. O relevo plano e baixo facilita a navegação já que os rios são de planície.
VEGETAÇÃO 
                                Atualmente, a maior parte das formações vegetais da Europa já foi destruída, abrindo espaço para a ocupação agrícola ou para a expansão urbana. Como em todo o mundo, as formações vegetais originais da Europa dependem dos tipos de clima e, consequentemente, dos tipos de solo. Assim, na Península Escandinava e na Rússia, junto ao Oceano Glacial Ártico, aparece a tundra.
                               Ao sul dessa formação vegetal, a elevação da temperatura vai favorecendo, primeiramente, o desenvolvimento da taiga e ou floresta de coníferas, que ocupam grande parte da Suécia, Noruega e Finlândia. Nas áreas de clima temperado oceânico, onde por influência do oceano a umidade é maior, é muito comum a floresta temperada, formada por coníferas e árvores de folhas caducas; essa foi a formação vegetal originalmente dominante, mas hoje é conservada apenas nos maciços montanhosos.
                               Nas áreas mais secas, dominadas pelo clima temperado continental, próximo aos mares Negro e Cáspio surge vasta extensão de estepes, nas áreas mais secas, e pradarias, nas áreas mais úmidas, com uma vegetação rasteira que em alguns trechos lembra os pampas do Rio Grande do Sul.           
                               No sul da Europa, o clima mediterrâneo, com suas características subtropicais bastante amenizadas pelo Oceano Atlântico, favorece o desenvolvimento de florestas, que hoje, degradadas, apresentam-se como capões de vegetação descontínua, conhecidas como maquis, em áreas de solos arenosos, ou como garrigue, em áreas de terrenos calcários. Essa vegetação é comumente chamada de mediterrânea.
                               Todo o leste da Europa, ocupado pela Rússia europeia, apresenta a mesma distribuição vegetal do restante do continente: a tundra - no extremo norte -, a taiga, as pradarias e as estepe constituem as formações vegetais dominantes.                      

CLIMA
A Europa apresenta na maior parte de seu território, clima temperado, com estações bem definidas, sem excessos de temperatura, pluviosidade ou queda de neve. Somente no extremo norte e em altitudes elevadas, nas cordilheiras, são encontradas temperaturas não muito propícias à atividade humana.    As condições climáticas extremamente favoráveis da Europa de maneira geral resultam da combinação de quatro fatores: 1. a maior parte das terras europeias encontra-se em latitudes médias, entre 35 e 70 graus de latitude norte; 2. o continente é rodeado por muitos mares e os recortes de litoral não favorecem mudanças bruscas de temperaturas;   3. o continente recebe, o ano inteiro, ventos do oeste, que levam a umidade do Atlântico até o interior;                       4. a Corrente do Golfo leva águas aquecidas até o litoral das Ilhas Britânicas e da Península Escandinava, contribuindo 4. para o equilíbrio térmico das latitudes mais altas, sobretudo ao longo da costa ocidental.  A combinação desses fatores favorece o domínio, na Europa Ocidental, do clima temperado oceânico, úmido e sem grandes variações de temperatura. Aparecem ainda, na Europa Oriental e em parte da Península Escandinava e da Rússia, o clima temperado continental — mais seco, com verões quentes e chuvosos e invernos extremamente frios — e o clima polar — com invernos rigorosos e verões curtos, que caracteriza uma parte da Península Escandinava e da Rússia europeia.
 DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL 
No continente europeu não existem regiões extensas que apresentem vazios demográficos, como os que encontramos em desertos, áreas florestais ou de altas latitudes.        No entanto, a população européia não apresenta distribuição uniforme, sendo bastante densa próxima às grandes cidades e nas partes industrializadas do ocidente europeu (vale do Ruhr, Amsterdã, Londres, norte da Itália). Mais ao norte (península Escandinava), devido às baixas temperaturas, e nas áreas montanhosas do sul (Alpes), o povoamento apresenta-se mais esparso. Por ser a porção menos desenvolvida economicamente, a parte meridional da Europa - que abrange as penínsulas, Ibérica, Itálica e Balcânica - tem uma grande parcela da população ligada ao setor agropecuário.  Dessas saíram muitos emigrantes para as áreas mais industrializadas do continente. Atualmente, os países mais desenvolvidos, que receberam milhares de imigrantes na década de 1970, declararam-se incapazes de
Nos países nórdicos, devido aos obstáculos oferecidos pelo clima, a população é pouco numerosa em relação ao grande território; as maiores concentrações populacionais aparecem nas áreas urbanas do centro-sul da região. Esses países proporcionam aos cidadãos excelentes condições de saúde, instrução e habitação, sendo o PIB per capita bastante alto e a assistência social a mais completa do mundo. A cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, é a mais populosa da região.                  O Leste Europeu, incluindo a Rússia, abriga uma população de aproximadamente 323 milhões de habitantes, pertencentes a diversas etnias. Na Rússia, a ocupação do espaço não é uniforme; áreas extremamente povoadas, sobretudo a oeste, alternam com outras praticamente vazias. Moscou e São Petersburgo são os mais importantes centros urbanos.              Os países mais urbanizados da Europa localizam-se na porção centro-ocidental do continente, como o Reino Unido, a França, a Bélgica, os Países Baixos, a Alemanha e o norte da Itália.
A ECONOMIA DA EUROPA
                               É a maior do mundo. Muitos de seus estados pertencem ao primeiro mundo.  No século XIX se realiza a primeira integração moderna da economia de vários estados europeus através da União Aduaneira da Alemanha. A Alemanha é economicamente a nação mais poderosa de Europa, seguida por França, o Reino Unido, Itália e Espanha, ainda que o país mais rico, em renda per capita, é a República da Irlanda, o país que quando entrou na União Europeia, era o mais pobre do grupo.                                                               
Existe uma grande disparidade na riqueza econômica dos diferentes países europeus, assim, enquanto nas cinco principais economias o PIB supera os 20 mil euros por pessoa, Moldaria mal ultrapassa os dois mil.  Boa parte da dinâmica econômica do continente se emoldura dentro do funcionamento da União Européia. Uma das particularidades da economia européia é que vários estados de pouca extensão territorial, sem maiores recursos naturais e sem possuir costas, contam com economias prósperas e um elevado nível de vida. Tal é o caso do Luxemburgo, da Suíça ou do Liechtenstein, bem como do Mônaco, ainda que este último possui costas sobre o Mediterrâneo.     
             A principal região industrial da Europa Ocidental localiza-se nos vales dos rios Ruhr e Reno, com a presença de ricas jazidas de minério de ferro e carvão mineral, que propiciaram o desenvolvimento de uma importante indústria pesada (siderurgia, metalurgia e extração mineral). Além disso, a indústria alemã pode ser evidenciada por seu alto grau de modernização, com a presença da tecnologia nos mais diversos ramos do setor produtivo.                                                                
A diversificada indústria alemã, país mais industrializado do continente, com destaque para os setores siderúrgico, naval, mecânico, químico, eletro técnico, têxtil, alimentício, de aparelhos ópticos e farmacêuticos e, mais recentemente, de microeletrônica, de engenharia elétrica e da indústria de instrumentos de precisão.
Graças às abundantes reservas carboníferas existentes em seu território e à grande importação de outras matérias-primas, o Reino Unido país transformou-se em centro econômico-industrial, no século XIX."   
 Características  que se aplicam à Europa da atualidade
- A configuração de duas Europas, a ocidental, privilegiada no plano econômico, e a oriental, empobrecida e atingida por crises políticas, sociais e econômicas e por conflitos armados.
-  A ocorrência de manifestações, especialmente contra os imigrantes, acusados de consumir recursos destinados à solução de problemas sociais, em detrimento da população nativa dos países europeus que os acolheram.
-  O aprofundamento e a extensão de experiências de integração econômica, iniciadas após a II Guerra Mundial, que, dado seu caráter supranacional, têm se apresentado como um modelo para a reestruturação política do mundo no século XXI.
 -  O ressurgimento de movimentos nacionalistas e separatistas, que se constroem nas diferenças étnicas ou religiosas e contrariam a versão de que esses são movimentos do passado ou de áreas menos desenvolvidas
O Leste Europeu busca uma maior aproximação com o Ocidente, visando ao possível ingresso na União Européia. Entre os países que mais avançaram no processo de transição da economia planificada para a de mercado, destacam-se:  República Tcheca – forte industrialização, baixo índice de desemprego – e Eslovênia – muito industrializada, alta renda per capita.
Após a II Guerra Mundial, a Alemanha Ocidental recuperou-se em curto espaço de tempo, transformando-se na mais importante potência econômica da Europa. Dentre os fatores que  explicam as causas do crescimento da economia alemã:  Combustíveis fósseis, qualificação da mão-de-obra, densa rede de transportes, recursos do Plano Marshall, participação do Mercado Comum Europeu.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

TEXTO AGROPECUÁRIA PARA 1 ANO - PROF: JUSCELEI

A ORGANIZAÇÃO DA  PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA (HISTÓRICO)
Existem várias versões sobre a origem da agricultura, uma delas nos conta que há aproximadamente doze mil anos atrás, no período pré-histórico, povos conhecidos como caçador-coletores prestaram atenção em determinados grãos que, ao serem coletados com o intuito de alimentação, poderiam ser novamente enterrados, ou seja, semeados com a finalidade de produção de plantas novas e idênticas as que lhe deram origem. Esta simples prática permitiu que houvesse um aumento na oferta  de alimentos para estas pessoas. Então teve inicio o plantio com a finalidade de prover as necessidades alimentícias das pessoas. As plantas passaram a serem cultivadas bem próximas umas das outras, desta forma facilitando a sua colheita assim que os frutos estivessem maduros, permitindo desta forma uma produtividade maior de cultivo de plantas do que em seu habitat original.
                Com esta nova realidade, foram sendo evitadas as perigosas e frequentes buscas por alimentos e com o passar do tempo o que eram apenas grãos selvagens começaram a passar por uma espécie de seleção onde eram escolhidos os grãos de acordo com os interesses dos primeiros agricultores, entre esses interesses destacamos o tamanho, a produtividade, o sabor, etc. Desta forma foi que teve inicio o cultivo de plantas domesticadas, sendo que entre elas estavam incluídas a cevada e o trigo.              No período neolítico haviam áreas agrícolas localizadas em vales nos rios Nilo do Egito, nos rios Eufrates e Tigre na Mesopotâmia que hoje é o Iraque e nos rios Azul e Amarelo na China. Existem registros de cultivo em no mínimo três regiões distintas do planeta em épocas também distintas: na Mesopotâmia, na América Central e na China e Índia em suas bacias hidrográficas. advento da agricultura permitiu a humanidade se aglomerar em locais específicos com uma grande densidade populacional, o que não poderia ocorrer por povos sustentados somente pela caça e pela coleta.
Sendo assim ocorreu uma gradual transição onde a economia de coleta e caça passou a coexistir com o advento da economia agrícola, sendo que algumas culturas ocorriam por deliberação de plantio enquanto outros alimentos ainda eram obtidos diretamente da natureza, ou seja, eram apenas colhidos. A agricultura é capaz de produzir alimentos tanto para os seres humanos quanto para os animais de estimação, pode-se cultivar flores, plantas ornamentais, fertilizantes, etc. A Mesopotâmia, que em grego quer dizer ‘terra entre rios’, situava-se entre os rios Eufrates e Tigres e é conhecida por ser um dos berços da civilização humana. Localizada no Oriente Médio, atualmente esta histórica região constitui o território do Iraque.
A ORGANIZAÇÃO DA  PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA
A atual configuração  espacial das atividades agropecuárias  é resultado da ação da sociedade sobre a natureza ao longo da história, o que ocorreu de modo desigual entre os diversos países de entre regiões  no interior de um país (Sudeste-Nordeste).     Assim, as condições socioeconômicas, os aspectos físicos e ambientais, os diferentes hábitos alimentares, o nível de desenvolvimento tecnológico, a estrutura  fundiária, o modelo de política agrícola e agrária , os índices de produtividade, dentre outros fatores, determinam a configuração socioespacial e a sustentabilidade ambiental das atividades agropecuárias, no qual permite-nos compreendermos melhor a situação da agropecuária no mundo e no Brasil.    Essas diferentes práticas de agricultura possuem três fatores em comum:
CAPITAL – fator que define os sistemas agrícolas, atrasados ou modernos, intensivos ou extensivos;
TERRA – local de fixação das sementes.  Define também o tamanho da propriedade;
TRABALHO – utiliza grande ou pequena quantidade de mão-de-obra, qualificada ou desqualificada.                  
OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Os sistemas agrícolas se distinguem a partir do tamanho da área cultivada e do índice de produtividade alcançado. Quando falamos em sistemas agrícolas, nos referimos à agricultura, que se apresenta de duas formas: agricultura intensiva e agricultura extensiva.                                                                                                                           
 Na agricultura intensiva, é usado em todas as etapas da produção um grande número de insumos. Esse tipo de sistema agrícola é marcado pela aplicação de técnicas e tecnologias. Faz parte da agricultura intensiva: a mecanização (tratores, colheitadeiras, plantadeiras, implementos, etc.) aliada ao uso de insumos, que são aplicados na preparação do solo, além de sementes selecionadas que são imunes de pragas e adequadas ao tipo de clima, herbicidas, inseticidas, entre outros. Para o desenvolvimento de todas as etapas existe o acompanhamento de um técnico (um agrônomo ou um técnico agrícola). Esse sistema de produção agrícola é conhecido também como agricultura moderna ou comercial; seus produtos têm como destino a exportação.
                Na agricultura extensiva são usados os elementos dispostos na natureza sem a inserção de tecnologias, por isso possui uma baixa produtividade. A produção depende unicamente da fertilidade natural do solo; por não usar insumos agrícolas é necessário ocupar grandes áreas de cultivo. A agricultura extensiva é bastante difundida em diversos países da América Latina, África e Ásia. Esse sistema agrícola é marcado especialmente pela agricultura itinerante ou roça tropical.
CARACTERISTICAS DE ALGUNS SISTEMAS AGRICOLAS  PRATICADOS NO MUNDO
PLANTATION: é um sistema agrícola baseado na monocultura, exportação e exploração. Tal sistema ficou bastante conhecido na época do imperialismo europeu. As metrópoles, visando seu próprio lucro, exploravam as colônias por meio do plantation, originando as chamadas colônias de exploração.
A primeira característica do plantation é a monocultura. Nesse sistema, são produzidas grandes quantidades de um só produto que se adapta muito bem ao solo e ao clima da região.                                                                                                                                                          
Os produtos cultivados por esse sistema no Brasil são cana-de-açúcar, café, etc. Nesse sistema, toda a produção é voltada quase que totalmente para o mercado externo, permanecendo no país apenas produtos de baixa qualidade. As colônias eram exploradas de uma forma especulativa, sem nenhum interesse, por parte das metrópoles, na melhora do país em que o plantation era estabelecido.
A mão-de-obra utilizada era composta principalmente por escravos e indígenas. Através da dominação econômica muitos camponeses e pessoas de baixa renda também eram obrigados a trabalhar nas plantações.                                                                                
O sistema da plantation ocasionou o surgimento de grandes latifúndios, uma vez que enormes porções de terra eram destinadas a uma só pessoa.
Atualmente, alguns países subdesenvolvidos ainda utilizam esse sistema,
embora a maioria tenha substituído a mão-de-obra escrava pela assalariada, ainda existe o trabalho escravo, mesmo que proibido. No Brasil, o plantation ainda é utilizado em regiões que cultivam cana-de-açúcar ou café.
AGRICULTURA ITINERANTE: Sistema simples, que envolve o emprego de técnicas primitivas e instrumentos rudimentares, voltado para a subsistência. A roça ou coivara, praticados pelos indígenas no Brasil, constituem um exemplo desse modo de produção agrícola, possuindo algumas características como;
- Utiliza um grande número de Mão- de- obra desqualificada
- Praticado em grande parte pela agricultura familiar
- Utiliza baixo padrão tecnológico
- Predomina em pequenas e médias propriedades
- Utilização de técnicas arcaicas de produção como o uso a enxada ou a queimada;
-  Devido ao uso de técnicas ultrapassadas e inadequadas acaba ocorrendo um precoce esgotamento do solo que obriga o deslocamento para outras áreas, repetindo-se o ciclo novamente.
AGRICULTURA MODERNA E AS EMPRESAS AGRÍCOLAS
                Sistema agrícola originado nos países desenvolvidos, que temendo os intempéries da natureza e a dependências alimentar em relação aos países subdesenvolvidos passaram a desenvolver técnicas aprimoradas de plantio e de pecuárias, o que acabou gerando um aumento da produtividade e uma otimização do espaço rural sendo por isso logo incorporado ao sistema capitalista. Algumas de suas característica são apresentadas a seguir;
- É a agricultura típica de países desenvolvidos;
-          Utiliza sementes selecionadas, exemplo:
soja, milho;
- Utilização de pouca mão-de-obra;
- Elevado grau de mecanização;
-          Uso intensivo de maquinas, técnicas modernas
e caráter empresarial;
-          Esse tipo de agricultura funciona como uma
-          empresa e sua produção e destinadas tanto
-           ao interno quanto ao mercado externo;
- Apresenta elevada produtividade, pois se utiliza dos mais avançados meios tecnológicos, sejam eles de maquinários ou de pesquisas voltadas ao campo
Agribusiness (do inglês, negócios agrícolas), que na prática significa “Agroindústrias”, é o termo utilizado para denominar a fusão da produção primária da Agricultura e pecuária com a indústria, onde ocorre o processamento ou industrialização dos produtos oriundos da Agropecuária. São exemplos de Agroindústria (Agribusiness): laticínio, frigorífico, indústria têxtil, entre outras.
AGRICULTURA COLETIVA (COOPERATIVISMO)
Sistema presente em países socialista, em que a propriedade da terra e coletiva, e sua produção visam atender a população do país. Nesse sistema verificamos muito forte a presença das cooperativas.
BELTS (CINTURÕES AGRÍCOLAS) E BACIAS LEITEIRAS:
Sistemas agrícolas que incorpora os mais avançados conhecimentos técnicos e científicos às práticas agrícolas. Localizado geralmente ao redor dos grandes centros urbano industriais, geralmente fazem parte das metrópoles e megalópoles e por isso atende as necessidade imediatas dos centros urbanos que circundam, ou seja, integrados. Pratica-se agricultura e pecuária intensiva para atender às necessidades de consumo da população local. Nessas áreas produz-se hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produção de leite e laticínios em pequenas e médias propriedades, com predomínio da utilização de mão-de-obra familiar. O excedente obtido é aplicado na modernização das técnicas.  Os cinturões agrícolas dos Estados Unidos:   O governo americano organiza a produção agrícola a partir de um zoneamento das áreas produtivas, incentivando por meio de subsídios financeiros agricultores e pecuaristas que investem nas atividades definidas para cada localidade. A localização dos cinturões não é fruto do acaso: são considerados aspectos climáticos, de solo e até questões históricas da colonização.
HIDROPONIA: É um sistema de cultivo, dentro de estufas sem uso de solo. Os nutrientes que a planta precisa para desenvolvimento e produção são fornecidos somente por água enriquecida (solução nutritiva) com os elementos necessários: nitrogênio, potássio, fósforo, magnésio etc., dissolvidos na forma de sais. Basicamente qualquer água potável para consumo humano serve para hidroponia.
AGROSSISTEMAS :Consolidam-se nos tipos de cultivo ou de criação que serão produzidas as espécies de plantas e/ou raças de animais, assim como as técnicas envolvidas na produção agrícola ou na pecuária, além de analisar o tamanho das propriedades rurais e o nível tecnológico.                                                                    
Classificação dos Agrossistemas: As propriedades rurais são classificadas segundo o nível tecnológico aplicado na pecuária e agricultura, com isso os Agrossistemas podem  Pecuária Tradicional: Criação de gado sem preocupação com a genética, com a saúde animal, com a qualidade das pastagens, os animais são criados soltos em grandes áreas sem receber maiores cuidados e com baixa produtividade. 
Pecuária Moderna: E a criação a partir de cuidados com a genética, analisando as vantagens da criação de uma determinada raça, utilização de medicamentos, além de acompanhamento de um veterinário. Nesse sistema de criação a área pastoril é de pastagens de qualidade e com elevado índice de produtividade.
Agricultura Tradicional: É o cultivo de uma determinada cultura sem utilização de defensivos agrícolas, as sementes não são selecionadas, não há correção de solo, as técnicas praticadas são rudimentares, como arado de tração animal, com produção baixa pela falta de modernização.                                                                                              
Agricultura Moderna: É o cultivo intensivo, ou seja, alta produtividade em menos terras cultivadas, isso ocorre porque a produção é estruturada nas mais modernas técnicas e máquinas. Nesse tipo de produção é realizada primeiramente a correção do solo, são observadas as previsões do tempo para executar o plantio, as sementes são selecionadas, imunes a pragas e também são adaptadas ao clima, aplicação de fertilizantes, além do acompanhamento de um agrônomo, o trabalho de plantio e colheita é realizado por modernos tratores e colheitadeiras, garantindo alta produtividade.
AGROSSISTEMAS ALTERNATIVOS: Representa uma forma de produção ecologicamente correta para amenizar os problemas sociais e ambientais. Nesse sistema, busca-se a eliminação de agrotóxico, que são chamados de produção orgânica, atualmente o produto orgânico tem conseguido um valor mais elevado, o preço maior é devido à qualidade dos produtos, pois são mais saudáveis, não há adição de substâncias químicas, pois o combate às pragas e os fertilizantes são feitos com controle biológico, ou seja, agentes que não são prejudiciais ao organismo e à natureza.
                A produção alternativa pratica a policultura (cultivo de várias culturas), jamais a monocultura (cultivo de uma única cultura). Os objetivos são alimentos saudáveis e equilibro ambiental, diminuição do êxodo rural e do desemprego.
Apesar do crescimento da produção orgânica, a agricultura moderna provavelmente não será superada, pois a produção orgânica oferece produtos saudáveis, porém o resultado é baixo e se pensarmos na população mundial, que já soma 7 bilhões de pessoas no mundo, não será possível a prática restrita da produção orgânica.
AGROPECUÁRIA NOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS (EMERGENTES
Nos países subdesenvolvidos é impossível estabelecer generalizações, já que os contrastes entre os membros desse grupo repetem-se  também no interior dos mesmos, existindo uma convivência lado a lado, de modernas agroindústrias e pequenas propriedades no qual ainda se pratica uma agricultura de subsistência. Essa situação é uma herança histórica do período em que esses paises foram colônias, excluindo a maioria das pequenas propriedades.    O percentual da PEA que trabalha nesse setor é sempre superior a 25%, porém isso não significa que esses paises sejam  os maiores produtores de alimentos, bem como grandes exportadores, sendo que a alta produtividade é característica dos paises mais industrializados e mecanizados, sendo que os paises ou regiões onde a base econômica é agrícola são justamente os que passam por maiores dificuldades econômicas.
Tanto nos países subdesenvolvidos cuja base da economia é rural , como nas regiões pobres dos países subdesenvolvidos que se industrializaram, há um amplo predomínio da agricultura de subsistência, que ocupa os piores solos, e do sistema de plantation, área de solos melhores. Em alguns desses paises, como  a Etiópia, 77% da população ativa é agrícola. É comum vigorar uma política agrícola que priorize a produção voltada ao abastecimento do mercado externo, mais lucrativo.
A maioria dos países subdesenvolvidos na atualidade situa-se na Zona Intertropical. Nesses países, o meio rural estrutura-se em torno da economia camponesa. Nos locais onde esses sistema existe, entende-se que a terra não pode ser considerada como capital, mas meio de trabalho, e os campos cultivados e rebanhos não são mercadorias, mas fontes de auto-sustento. A produtividade, regra geral, é bastante baixa, como conseqüência do uso de técnicas rudimentares e da grande dependência dos fatores naturais, especialmente climáticos. Os excedentes são comercializados em mercados locais próximos, fornecendo um complemento monetário ínfimo.
                A economia agrícola de subsistência aparece sob variadas formas e sistemas, que são resultado da combinação de condições naturais específicas, de circunstâncias demográficas peculiares e de diferentes heranças históricas e culturais. As paisagens dos arrozais existentes nos deltas e vales inundáveis de grandes rios do sul, sudeste e leste asiáticos, dos pastores nômades e seminômades que se deslocam com seus rebanhos ao longo das orlas dos desertos africanos e dos cultivos indígenas dos altiplanos dos Andes revelam a diversidade dos modos de vida do mundo rural tropical.
AGROPECUÁRIA NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
A agricultura e a pecuária, no geral, são praticados de forma intensiva, com grande utilização de agrotóxicos, fertilizantes, técnicas aprimoradas de correção e conservação dos solos e elevados índices de mecanização agrícola. Por isso, a mão-de-obra no setor primário da economia é bem pequena.
                Nesses países, além do enorme índice de produtividade, obtém-se um enorme volume de produção que abastece o mercado interno e é responsável por grande parcela do volume de produtos agropecuárias que circulam o mercado mundial. Uma quebra na safra de qualquer produto cultivado nos Estados Unidos ou na Europa tem reflexos imediatos no comércios mundial e na  cotação dos produtos agrícolas.                Nos países desenvolvidos, a porcentagem da população ocupada no setor primário é baixa em torno de 2 a 8% da população ativa. Mas como têm a melhor agricultura do mundo, podem alimentar bem sua população e ainda exportar cereais em grande quantidade .

Nas nações industrializadas a agropecuária ocupa uma pequena parcela de mão-de-obra, menos trabalho e mais produção. A agricultura e a pecuária nos paises desenvolvidos estão integrandos com a indústria. Antes de chegar ao mercado, os produtos são preparados para o consumo e tem garantida a sua conservação. Os benefícios de muitos agricultores dependem de grandes empresas agroindustriais que lhes financiam a maquinaria, os adubos, as sementes e a seleção de animais; proporcionando-lhes em paralelo, assessoramento técnico. Depois essas mesmas empresas comprar a produção                                                                                                                                                         Os Estados Unidos é um país desenvolvido, além disso, ocupa atualmente a condição de maior potência econômica, política e militar do mundo. Diante desses fatores apresenta um elevado nível tecnológico em suas propriedades rurais, utilizando máquinas, fertilizantes, agrotóxicos, irrigação e todo tipo de biotecnologia disponível.
                O setor agropecuário norte-americano se destaca em virtude da intensa mecanização aliada aos fatores naturais, como extensão territorial e condição climática. Esses permitem que o país seja um dos maiores exportadores de produtos agrícolas.A concentração da atividade agropecuária no território norte-americano se encontra, majoritariamente, nas Grandes Planícies. Nessa região estão estabelecidos os cinturões agrícolas, dos quais destacam o cinturão do trigo (wheat belt), do milho (corn belt), e do algodão (cotton belt). Nas Grandes Planícies situam-se as maiores concentrações de criadores de suínos e bovinos. Nas proximidades dos Grandes Lagos e no nordeste do país há também o cinturão verde, onde são produzidas hortifrutigranjeira, incluindo ainda a pecuária intensiva, destinada à produção de leite (dairy belt). Em suma, o setor agropecuário dos Estados Unidos é bastante desenvolvido e consegue os melhores índices de produtividade do mundo.
A POLITICA AGROPECUÁRIA NO MUNDO
Considera-se que os princípios definidos pelo Banco Mundial,  podem ser resumidos em três postulados: a) a produção familiar contribui mais para a eficiência econômica e a eqüidade social do que grandes fazendas sob regime de assalariamento ou fazendas coletivas/estatais; b) as transações mercantis são necessárias para permitir a transferência de terras para produtores mais eficientes; c) é importante para o crescimento econômico realizar uma distribuição mais equilibrada da terra, e o instrumento para isso é a reforma agrária redistributiva.
                O primeiro princípio se justificaria, segundo os teóricos do BM, pela maior produtividade e eficiência do trabalho familiar, em razão do incentivo, da participação no risco e dos baixos custos de monitoramento e de supervisão do trabalho. Dentro de certos limites, haveria, segundo esse tipo de formulação, uma relação inversa entre produtividade econômica e tamanho de propriedade , de tal maneira que os produtores familiares seriam mais eficientes do que as grandes fazendas, porque gerariam mais retorno por cada investimento realizado. A principal desvantagem sofrida pela produção familiar, em relação às grandes unidades sob trabalho assalariado, residiria, contudo, no acesso ao crédito e no seu custo, mais fácil e tendencialmente mais barato para os grandes proprietários, bem como no acesso a mercados e informações.                    O segundo princípio — a necessidade de transações de mercado para transferir terra para produtores mais eficientes — constitui o núcleo de toda proposta e, ao mesmo tempo, um objetivo a ser perseguido. Ocorre que, segundo os economistas do BM, existe um conjunto de "imperfeições" e "distorções" — como políticas governamentais,  deficiências  informativas, altos custos  de  transação o  uso da  terra como reserva de valor e mercados de crédito inacessíveis aos pequenos produtores — que afeta o desempenho dos mercados fundiários.                                                                         
 O terceiro princípio consiste na necessidade da realização de reformas agrárias redistributivas em situações de alto grau de concentração fundiária, por três razões fundamentais: a) eficiência econômica, na medida em que o trabalho familiar é visto como mais produtivo do que o trabalho assalariado; b) eqüidade social, dada pela própria desconcentração da estrutura de propriedade; c) redução da pobreza, na medida em que o acesso à terra, por si só, tem importância vital na vida dos pobres rurais. Também fortalece esse princípio o fato de economistas do próprio Banco terem reconhecido que estruturas agrárias mais igualitárias favorecem a capacidade de crescimento econômico, tendo sido um dos fatores responsáveis pelo padrão de desenvolvimento observado nos países capitalistas mais avançados .               
Pressões pela retomada de uma política agrária no contexto neoliberal
                Durante a década de 1980, as propostas de desenvolvimento rural e, principalmente, de reforma agrária foram deslocadas da agenda internacional em razão das políticas de ajuste estrutural e da ascensão do neoliberalismo. As diretrizes do BM estabelecidas em 1975, assim como as orientações da Conferência Mundial sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, promovida pela FAO em 1979, não se materializaram. Convertidos em verdadeiros imperativos por inúmeros governos da periferia por pressão do dueto FMI-BM, o pagamento do serviço da dívida externa, o ajuste macroeconômico e fiscal e as políticas liberais impossibilitavam, na prática, qualquer programa substancial de reforma agrária.
– Agricultura Mundial até 2030 (perspectivas)  
                Segundo um informe realizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a população mundial crescerá de cerca de 7 bilhões de pessoas de hoje para 8,3 bilhões de pessoas em 2030. O crescimento populacional ocorrerá em uma taxa média de 1,1% por ano até 2030, o que denota um ritmo mais lento quando comparado com o crescimento anual dos últimos 30 anos, que foi de 1,7%. Ao mesmo tempo, uma porção cada vez maior da população mundial está bem alimentada.                                                                               
 Como resultado disso, o crescimento mundial na demanda por produtos agrícolas deverá ser mais lento nos próximos anos, passando de uma média de 2,2% por ano nos últimos 30 anos para 1,5% por ano até 2030. Nos países em desenvolvimento, essa redução no crescimento da demanda será mais dramática, passando dos 3,7% dos últimos 30 anos para uma média de 2% até 2030.               
 No entanto, os países em desenvolvimento com níveis de consumos baixos a médios, que representam cerca da metade da população dos países em desenvolvimento, terão um lento decréscimo no crescimento da demanda por alimentos que passará de 2,9% para 2,5% por ano, e um aumento do consumo per capita.
A população mundial passará a se alimentar cada vez melhor até 2030, com 3050 quilocalorias disponíveis por pessoa, comparado com as 2360 quilocalorias disponíveis por pessoa por dia na década de sessenta e com as 2800 disponíveis hoje. Esta mudança reflete, sobretudo, o aumento do consumo em muitos países em desenvolvimento, onde a média ficará em torno de 3000 quilocalorias em 2030. O número de pessoas passando fome nos países em desenvolvimento deverá declinar de 777 milhões de hoje para cerca de 440 milhões em 2030. Isto significa que a meta traçada pela Cúpula Mundial de Alimentação de 1996, de reduzir o número de pessoas que passam fome pela metade do nível de 1990-92 (815 milhões) até 2015, não será cumprida nem até 2030. A região do deserto do Sahara da África é causa de sérias preocupações, porque o número de pessoas cronicamente subnutridas deverá decrescer somente de 194 para 183 milhões.                                                                                                   
Os cereais ainda são, de longe, a mais importante fonte de alimentos do mundo, tanto para consumo humano direto, como para produção de carne. Serão necessários bilhões de toneladas extras de cereais até 2030. Os países em desenvolvimento se tornarão cada vez mais dependentes das importações de cereais, carnes e leite, uma vez que sua produção não acompanhará o ritmo da demanda. Até 2030, eles poderão estar produzindo somente 86% de suas necessidades de cereais.       
Os tradicionais exportadores de grãos, como os Estados Unidos, a União Européia, o Canadá, a Austrália e a Argentina, e os países em transição que estão emergindo como exportadores, deverão produzir o excesso necessário para preencher a lacuna dos países em desenvolvimento. “Se os preços reais dos alimentos não aumentarem, e as exportações dos produtos e serviços das indústrias aumentarem como anteriormente, então a maioria dos países terá recursos para importar cereais para suprir suas necessidades.
O uso de cereais na nutrição dos animais não contribui com a fome e a desnutrição. Globalmente, cerca de 660 milhões de toneladas de cereais são utilizadas na alimentação dos animais a cada ano. Isto representa um terço do total utilizado mundialmente. Se estes cereais não fossem utilizados como alimentos dos animais, eles provavelmente não seriam produzidos, de forma que não estariam disponíveis para consumo humano em muitos casos, de acordo com o relatório. O que é mais provável é que a ausência da demanda por cereais para a produção animal levasse a uma menor produção destes cereais.          
  A expansão das terras cultiváveis destinadas à produção de alimentos será mais lenta do que no passado. Nos próximos 30 anos, os países em desenvolvimento precisarão de um adicional de 120 milhões de hectares para cultivos agrícolas; isto significa menos terrenos novos comparativamente do que no passado. A expansão ocorrerá principalmente na região do Sahara da África e na América Latina. Uma parte considerável destas terras extras será proveniente de desmatamentos. Em outras regiões em desenvolvimento, quase todas as terras apropriadas já estão em uso. Alguns países e comunidades estarão frente a problemas relacionados a escassez de terras.                                                                                                               
Durante a década de noventa, o mundo perdeu uma área de 9,4 milhões de hectares de florestas por ano, quase três vezes o tamanho de Bélgica. Entretanto, a taxa de desmatamento está mais lenta do que nos anos noventa e, globalmente, os desmatamentos provavelmente continuarão a se reduzir no futuro, apesar do fato de grande parte da expansão das terras para cultivos agrícolas deverem ser feitas em regiões de florestas e das previsões do aumento de 60% do consumo mundial de madeira industrial, com relação aos níveis atuais.  A irrigação é crucial para o fornecimento de alimentos no mundo. Os países em desenvolvimento deverão expandir sua área irrigada de 202 milhões de hectares de hoje para 242 milhões de hectares até 2030. Globalmente há água suficiente disponível, mas algumas regiões deverão ter sérios problemas de falta de água. A expectativa é que haja um aumento de 14% na extração de água para irrigação nos países em desenvolvimento até 2030. Um em cada cinco países em desenvolvimento sofrerão com a escassez de água.                                                                                                                          
Dois países, a Líbia e a Arábia Saudita, já estão utilizando mais água para irrigação do que seus recursos renováveis anuais, tendo que extrair águas subterrâneas fósseis. Em grandes áreas da Índia e da China, os níveis de águas subterrâneas estão caindo de 1 a 3 metros por ano. Estas regiões terão que utilizar a água de forma mais eficiente. A agricultura é responsável por cerca de 70% de toda a extração de água doce para uso humano. Economizar água na agricultura significa que mais água estará disponível para outros setores.                                                              
As modernas biotecnologias são bastante promissoras como uma forma de aumentar a segurança dos alimentos. Se as ameaças destas biotecnologias ao meio-ambiente fossem discutidas, se a tecnologia fosse disponibilizada em utilizada em favor das necessidades dos mais pobres e subnutridos, as variedades de cultivos geneticamente modificados poderiam ajudar a sustentar a agricultura em áreas marginais e a restaurar a produção em terras degradadas.                 
Outras tecnologias promissoras têm surgido, que combinam o aumento da produção com o aprimoramento da proteção ambiental. Isso inclui a agricultura de conservação, sem cultivo, e o gerenciamento integrado das pragas e dos fertilizantes. Localmente, a agricultura orgânica pode se tornar uma alternativa realista para a tradicional agricultura para os próximos 30 anos.                                                                                                                A demanda futura por animais domésticos e produtos lácteos poderá ser suprida, mas as conseqüências do aumento da produção precisam ser resolvidas. A produção passará de sistemas de pastos extensivos para métodos mais intensivos e de caráter industrial. “Isso poderá representar uma ameaça aos estimados 675 milhões de produtores rurais pobres cujo sustento depende do gado. Sem medidas especiais, os pobres sentirão dificuldades em competir e poderão se tornar marginalizados, tornando-se ainda mais pobres. Se a política ambiental for correta, o crescimento futuro da demanda por produtos de origem animal poderá fornecer uma oportunidade para famílias pobres de gerar renda adicional e empregos”. Problemas ambientais e sanitários da produção industrial de carnes (disposição de dejetos, poluição, disseminação de doenças animais, uso excessivo de antibióticos) também precisam ser resolvidos.                                                                                                                                                                                  
A mudança climática pode aumentar a dependência de alguns países em desenvolvimento das importações de alimentos. O efeito geral da mudança climática na produção mundial de alimentos até 2030 deverá ser pequeno. A produção provavelmente aumentará nos países desenvolvidos. Os mais afetados serão os pequenos produtores rurais em áreas afetadas pela seca, inundação, invasão de águas salgadas ou tempestades marítimas. Alguns países, principalmente na África, passarão a ser mais vulneráveis à insegurança alimentar.                                                                       
Com muitos estoques marinhos atualmente totalmente explorados ou excessivamente explorados, a oferta futura de peixes deverá se reduzir devido aos recursos limitados. A participação da pesca de captura na produção mundial deverá continuar declinando e a contribuição da aqüicultura na produção mundial de peixes continuará crescendo.                                                                                                                                                                                                              
  ONDE ESTÁ E PARA ONDE CAMINHA O PODER NA AGRICULTURA MUNDIAL
                O mundo já tem sete bilhões de pessoas e até 2050 estima-se que serão nove bilhões, sendo a quase totalidade desse aumento nos países em desenvolvimento. A questão de como alimentar adequadamente toda essa população vem sendo ouvida, cada vez mais, na academia, na imprensa, e nos governos mundo afora. O aumento de produtividade na agricultura é resposta central, junto com crescimento e melhor distribuição da renda mundial. O Brasil deverá ter papel fundamental no aumento da oferta de alimentos, agroenergia, e outros produtos agrícolas, e com isso, o país deverá aumentar sua influencia econômica e política mundial.A emergência do Brasil e de outros grandes países em desenvolvimento ainda não está refletida na atual distribuição do poder na agricultura. Esta é a avaliação do recente relatório da Scottish Agricultural College (SAC), lançado no tradicional encontro de agricultores do Reino Unido - Oxford Farmimg Conference. A Europa e os Estados Unidos dominam fortemente o poder na agricultura, amparados tanto por sua eficiência como por fortes políticas públicas que incluem subsídios e mercados protegidos.                                                                                                                                                                                                               
  A Conferência decidiu discutir o tema ‘poder na agricultura’ pela percepção de uma alteração no jogo de forças globais na economia como um todo e na agricultura em particular. Os agricultores britânicos estão percebendo que seu poder está sendo ameaçado por agricultores de outras partes do mundo, especialmente dos países emergentes, e o momento agora é de reflexão sobre como lidar com tais mudanças. A concentração dos mercados agrícolas, assim como o gradual processo de liberalização comercial, também tornam o assunto  de  transformações  do  poder global. a agricultura relevante. Por fim, a forte dependência do clima e de recursos naturais, grande parte não-renovável, faz com que hoje a agricultura esteja especialmente vulnerável a mudança do clima e a escassez de recursos.         
 Segundo o relatório, o que determina o poder dos diferentes países são o seu domínio econômico, as suas capacidades de influência política e suas dotações de recursos naturais. Participação no comércio internacional e sediar empresas transnacionais indicam poder econômico. Nestes dois quesitos, a concentração é marcante: os 20 países que mais comercializam são responsáveis por 78 e 70% das exportações e importações globais, respectivamente; quatro companhias comercializam cerca de 80% dos grãos no mundo; sete empresas controlam a oferta mundial de fertilizantes; três companhias comercializam 50% do mercado global de sementes. No quesito comércio, o relatório britânico defende que o que dá poder é a participação total   no   comércio,  tanto   importações   como exportações.                                                                                                                 Assim, como o Brasil participa muito ativamente apenas como exportador, e não como importador, ele não recebe tantos pontos nesse critério. Tal critério é discutível e levanta a dúvida de quem são os atores poderosos e quem são os vulneráveis em uma relação comercial. Ainda assim, Brasil e Argentina são os países que mais aumentaram o saldo líquido de comércio agrícola (exportações menos importações) entre 1997 e 2009, enquanto a Europa apresentou queda .                                                                                                                                                                                 
 Com relação ao poder econômico das empresas transnacionais, verifica-se que a forte dominância dos Estados Unidos, que controlam 30% das gigantes do agronegócio, incluindo insumos, produção, comercialização e varejo. Na sequência estão colocados Reino Unido, França e Alemanha, sendo que o Brasil não aparece na lista, a qual é baseada em estudo da UNCTAD com as maiores 150 empresas na agricultura do mundo. Mesmo considerando o movimento de internacionalização de algumas empresas brasileiras nos últimos anos, o país ainda tem uma participação desproporcionalmente baixa nesse quesito, tendo em vista sua produção agrícola.
                O poder político foi analisado pelo relatório da SAC por meio de análises de força política em organismos multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco Mundial. Como esperado, os Estados Unidos e os países europeus, por serem os maiores financiadores de tais organizações, concentram poder de decisões, mas tendências de mudança nesse padrão já são observadas. O Brasil é o décimo país em termos de contribuição para o orçamento da OMC, mas está em 4º lugar nos países que mais usaram os seus mecanismos de disputa. Também é destaque o forte poder de lobby das grandes corporações, assim como outras formas de influência de políticas públicas.          Assim como o poder econômico e político, a distribuição dos recursos naturais também é altamente concentrada. Terras aráveis, água, minerais usados como fertilizantes, e energia são a base para produção agrícola e estão distribuídos de forma bastante desigual pelo mundo. Brasil, Estados Unidos, China, Austrália e Rússia concentram um terço das áreas que atualmente poderiam ser usadas para agricultura, segundo levantamento da FAO. Além de estar bem posicionado em termos de terras agricultáveis – a despeito de diversas restrições ambientais – o Brasil é também o país com a maior reserva de água do mundo.                                                     Os principais fertilizantes são nitrogênio, fosfato e potássio, sendo que o primeiro é produzido a partir do petróleo e os demais são minerais. São todos, portanto, recursos não-renováveis. No quesito de rochas fosfáticas, o Oeste da África, especialmente o Marrocos é destaque, detendo quase 80% das reservas mundiais de fosfato, o que poderia dar uma posição privilegiada no médio e longo prazo. A produção atual de fosfato, no entanto, é encabeçada por China e Estados Unidos, sendo que o Brasil também produz bastante, ocupando a 7ª posição mundial.              As reservas de potássio estão concentradas na Ucrânia, Brasil, Canadá e Rússia, sendo que esses dois últimos são hoje os principais produtores. Estados Unidos e China também possuem importantes reservas, enquanto os países europeus são mais vulneráveis nesse recurso. Já na disponibilidade de energia, o relatório britânico destaca apenas as reservas de petróleo. A agricultura moderna é altamente dependente de petróleo e seus derivados, mas apenas um terço dos gigantes da agricultura são também gigantes do petróleo. Ou seja, os outros dois terços dependem de importações e, portanto, podem apresentar fragilidades no futuro. Novamente, o Brasil se encontra em posição confortável, agora e nas perspectivas futuras. A partir das análises apresentadas, foi criado um índice de poder para cada uma das dimensões, que está detalhado no quadro a seguir.
Dimensões
UE27   
EUA  
Brasil
Rússia
China
Australásia
Japão
Reino Unido
Comércio
4,5
5,0
2,0
3,0
3,0
2,5
2,5
3,0
Corporações
5,0
5,0
1,0
1,0
2,0
2,0
3,0
3,0
Política
5,0
5,0
1,0
3,0
2,0
1,0
4,0
4,0
Recursos
3,5
4,0
3,3
3,5
4,5
3,3
1,5
2,0
Minerais
1,3
2,5
2,3
4,3
3,3
1,0
0,0
1,0
TOTAL
19,3
21,5
9,5
14,8
14,8
9,8
11,0
13,0

De qualquer forma, a avaliação do quadro pode nos fornecer algumas considerações interessantes. Mesmo com crise e tendência de mudanças, a agricultura mundial ainda está fortemente dominada por Estados Unidos e Europa, que na pontuação final tem praticamente o dobro de poder do que o Brasil. Destaques na pontuação são as dimensões “corporações” e “política”, onde os primeiros obtiveram nota máxima e o Brasil apenas 1 ponto. Estou de acordo que o país tem um longo caminho a percorrer nesses importantes quesitos, caso tenha interesse em ser líder mundial no agronegócio.     Também vale refletir se todas essas cinco dimensões analisadas deveriam, ou não, ter pesos iguais e a forma como uma influencia a outra. Para o Brasil, que se destaca nas dimensões “recursos” e “minerais”, é especialmente importante analisar como pode alavancar poder político e econômico a partir dessas. O atual debate sobre o (falso) perigo da desindustrialização põe lenha nessa fogueira. O caminho para essa alavancagem são políticas públicas ancoradas em um planejamento de longo prazo para o país, de modo a incentivar a produção sustentável do agro, garantindo, assim, segurança alimentar e energética para o Brasil e para o mundo, entre muitos outros benefícios socioeconômicos. Todos os brasileiros têm a ganhar com isso.

DA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA AOS DESEQUILIBRIOS AMBIENTAIS              
O espaço rural de vários países se modernizou. A mecanização agrícola, o uso da biotecnologia, de sistemas de estocagem e escoamento da produção tornaram a agropecuária mais produtiva e competitiva. Os investimentos e o controle da produção agrícola por grandes empresas disseminou a utilização de produtos apropriados à correção do solo, de adubos químicos, de agrotóxicos, de rações, de sementes geneticamente modificadas, etc. Por outro lado, diversas regiões do mundo vivem as tragédias da subnutrição e da fome.                                                                                    
 O Brasil em seu imenso território vive essa mesma contradição. Coloca-se entre os dez maiores exportadores agrícolas mundiais, desenvolve uma agricultura moderna e de elevada competitividade, possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, ao mesmo tempo em que uma parte expressiva da população rural vive em condições miseráveis.
O primeiro grande avanço tecnológico nas atividades agropecuárias ocorreu dentro do mesmo processo da Revolução Industrial, no século 18. Os países que se industrializaram nesse período modernizaram os seus sistemas de cultivo, elevaram a produção e a produtividade - produzir mais com menos terra e mão-de-obra -- introduziram novas técnicas com o desenvolvimento de instrumentos agrícolas. A migração para as cidades, nesse período, também diminuiu o número de pessoas envolvidas nas atividades agrícolas. Dessa forma, a Revolução Industrial e a intensa urbanização0gerada por ela exigiram uma Revolução Agrícola, capaz de ampliar o fornecimento de matérias-primas à indústria e a produção de alimentos necessária ao abastecimento de uma população que se urbanizava.          
A REVOLUÇÃO VERDE
A partir da segunda metade do século 20, os países desenvolvidos criaram uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial por meio da introdução de técnicas mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso de fertilizantes, defensivos agrícolas e a utilização de sementes selecionadas em substituição às sementes tradicionais, menos resistentes aos defensivos agrícolas.             Concebido nos Estados Unidos, esse processo ficou conhecido como Revolução Verde. Sua principal bandeira era combater a fome e a miséria dos países mais pobres, por meio da introdução de técnicas mais modernas de cultivo.Ao mesmo tempo em que modernizou a agricultura em alguns países subdesenvolvidos, a Revolução Verde elevou a dependência em relação aos países mais ricos que detinham a tecnologia indispensável ao cultivo das novas sementes e forneciam os insumos necessários para viabilizar a produção.         A elevação da produtividade diminuiu o preço de diversos produtos para o consumidor, mas o custo dos insumos aumentou numa escala muito maior. A produção de determinados gêneros contemplados pela Revolução Verde era viável quando realizada em grande escala, em grandes propriedades agrícolas.                                               Pouco mais de dez anos depois, as primeiras plantas transgênicas passaram a ser produzidas comercialmente e com isso a biotecnologia ganhou cada vez mais destaque no cenário científico e tecnológico, com a promessa de uma agricultura mais produtiva e menos dependente do uso de agrotóxicos. E com essa promessa vieram também as dúvidas sobre os efeitos secundários dos transgênicos e as conseqüências que podem provocar na saúde e no ambiente.                                                       A polêmica dos transgênicos tem argumentos consistentes de um lado e do outro. 
PRÓS
O alimento geneticamente modificado pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através das plantas modificadas geneticamente para produzirem vacinas ou iogurtes fermentados com OGMs que estimulem o sistema imunológico. Um feijão com a inserção de um gene da castanha do Pará, por exemplo, passa a produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. O uso de transgênicos pode reduzir o uso dos agrotóxicos (herbicidas, inseticidas e fungicidas) mais danosos, que podem causar sérios problemas aos seres vivos e a produção agredirá menos o meio ambiente.As plantas geneticamente modificadas podem adquirir resistência ao ataque de insetos, de pragas e à seca ou até mesmo tornarem-se menos vulneráveis à geada.   Através da resistência obtida, a planta sofre menos interferências de pragas e doenças, aumentando, assim, a produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos onerosas. O aumento da produção de alimentos, onde especialistas afirmam podem reduzir o problema da fome. 
PROBLEMAS AMBIENTAIS RELACIONADOS A AGROPECUÁRIA
                O desmatamento é um dos grandes problemas ambientais provocados pela agropecuária. A agropecuária é o conjunto das atividades ligadas à agricultura e à pecuária. Apresenta grande importância para a humanidade e para a economia, visto que sua produção é destinada ao consumo humano e para a venda dos produtos obtidos. No entanto, vários problemas ambientais estão sendo desencadeados em virtude da expansão da agropecuária e da utilização de métodos para o cultivo e criação de animais. O desmatamento é uma prática muito comum para a realização da agropecuária. A retirada da cobertura vegetal provoca a redução da biodiversidade, extinção de espécies animais e vegetais, desertificação, erosão, redução dos nutrientes do solo, contribui para o aquecimento global, entre outros danos.
                As queimadas, método muito utilizado para a retirada da vegetação original, intensificam a poluição atmosférica, além de reduzirem os nutrientes do solo, sendo necessário usar uma quantidade maior de produtos químicos (fertilizantes) durante o cultivo de determinados alimentos, fato que provoca a poluição do solo.
Outro agravante é a utilização de agrotóxicos (inseticidas e herbicidas), que contaminam o solo, o lençol freático e os rios. Esses produtos, destinados à eliminação de insetos nas plantações, infiltram-se no solo e atingem as águas subterrâneas. As águas das chuvas, ao escoarem nessas plantações, podem transportar os agrotóxicos para os rios, causando a contaminação da água. Na pecuária, além da substituição da cobertura vegetal pelas pastagens, outro problema ambiental é a compactação do solo gerada pelo deslocamento dos rebanhos. O solo compactado dificulta a infiltração  da água e  aumenta o escoamento superficial, podendo gerar erosões. Esses animais, através da liberação de gás metano,também contribuem para a intensificação do aquecimento global. O principal aspecto ambiental da atividade agropecuária é a modificação da forma de uso e ocupação do solo. As atividades agopecuárias são muito importantes para a humanidade, pois estão diretamente relacionadas a produção de alimentos, assim, são geradoras de inúmeros impactos ambientais positivos, como, por exemplo, desenvolvimento regional. No entanto, existem impactos ambientais negativos decorrentes destas atividades, como a contaminação química por defensivos agrícolas, desmatamento, perda de biodiversidade, etc.                                                                                                                                        
  Contudo um dos impactos ambientais negativos mais relevantes, não só da pecuária, como também da agricultura, é a perda de solo, através da erosão. O processo erosivo provoca a degradação do solo, principalmente da sua camada orgânica, que também é a sua camada fértil, aumentando a necessidade de fertilização, o que pode acarretar em poluição dos lençois freáticos. A contaminação por agro químicos é uma constante nas propriedades agrícolas e produzem impactos sobre a saúde humana, poluindo as águas, o solo e o ar, prejudicando a flora e a fauna.                                                                                                                                                                                                                               É um fato claro que na agropecuária intensiva ocorre à substituição da cobertura de vegetação natural de grandes áreas, e muitas vezes é feito o uso e o manejo inadequados do solo destas áreas antropizadas, e disso usualmente se origina o processo de degradação do solo e consequentemente dos recursos hídricos.
Dentre os principais impactos ambientais negativos da agropecuária, pode-se destacar:
 – a eliminação e/ou redução da fauna e flora nativas, como consequência do desmatamento de áreas para o cultivo de pastagens;
- o aumento da degradação e perdas de nutrientes dos solos, em especial devido ao pisoteio intensivo e à utilização do fogo;
- a contaminação dos produtos de origem animal, devido ao uso inadequado de produtos veterinários para o tratamento de enfermidades dos animais e de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas pastagens;
- a redução na capacidade de infiltração da água no solo devido à compactação;
- a degradação da vegetação e compactação dos solos, especialmente expressiva no caso de superpastoreio;
- a contaminação das fontes d’ água e assoreamento dos recursos hídricos.
                É consenso geral que o controle da erosão na agropecuária pode ser feito através de um Planejamento Rural consciente. Ou seja, não é necessário parar a produção, apenas racionalizar o uso da terra segundo as suas características e aptidões. O Planejamento Rural pode trazer uma série de benefícios econômicos ao produtor, por exemplo, a diminuição dos custos com fertilizantes e reformas de terra, a não-geração de um passivo ambiental a produção pode ficar mais fácil e mais barata.
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DOS TRANSGÊNICOS
                O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados. Há um considerável aumento do número de casos de pessoas alérgicas a determinados alimentos em virtude das novas proteínas que são produzidas pela alteração genética dos alimentos. 
                Riscos ambientais como o aumento considerável de resíduos de pesticidas.
A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo (monocultura).  Pragas e doenças poderão tornar-se resistentes se houver a transferência do gene resistente para eles.
MÉTODOS SUSTENTAVEIS PARA MINIMIZAR OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES DAS ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS                                                                                                                                                                                        Portanto, diante da necessidade de produzir alimentos para atender a demanda global e ao mesmo tempo preservar a natureza, é necessário que métodos sustentáveis sejam implantados na agropecuária, de forma a reduzir os problemas ambientais provocados por essa atividade, dentre os quais destacamos a seguir:                                  O pousio:  é uma técnica que visa o “descanso” do solo até que haja a recuperação da sua fertilidade.                    
Sistema de Plantio Direto: É uma prática amplamente utilizada nos dias de hoje. A prática é tem gerado bem menos impacto que a agricultura tradicional, já que utiliza princípios conservacionistas de preservação e ciclagem de nutrientes. Uma base do sistema é revolver o solo o mínimo possível, já que quando revolvemos o solo, a matéria orgânica é rapidamente decomposta. Outra base é a manutenção da palhada resultante da cultura anterior sobre o solo, o que reduz muito a erosão, bem como a utilização da rotação de culturas. Assim, o sistema consegue conservar a matéria orgânica do solo, aumentando a capacidade de retenção de nutrientes, aumentando a quantidade de microrganismos benéficos no solo, aumentando o armazenamento de água, reduzindo a erosão e lixiviação As principais limitações do plantio direto são: necessidade de mais conhecimento técnico para sua realização; algumas doenças e insetos são favorecidos no processo (apesar de outras serem desfavorecidas);                             Agricultura  Orgânica: É o sistema alternativo mais conhecido atualmente, apesar do seu uso ser muito restrito. O método baseia-se na ausência da utilização de pesticidas, aplicação de adubos orgânicos, sendo condenado o uso da maioria dos fertilizantes de fontes não-renováveis. Sendo assim, visa simular o que ocorreria na natureza.  É sem dúvidas um dos métodos mais sustentáveis do ponto de vista ecológico, mas insustentável do ponto de vista econômico e social. Isso ocorre principalmente devido às baixas produtividades alcançadas pelo sistema, o que impossibilita a aplicação em larga escala, se limitando apenas a pequenas produções. É hoje um método utilizado quase exclusivamente destinado a mercados refinados, devido ao alto custo desses produtos                            As principais limitações da agricultura orgânica são: Baixa produtividade, ataque intenso de pragas e doenças, altas infestações de plantas daninhas, altos custos de produção, baixa qualidade dos produtos gerados, alta perda da produção no campo, impossibilidade de suprimento da demanda mundial, e elitização do consumo dos produtos gerados
Integração lavoura-pecuária-floresta
É um sistema que combina o cultivo de espécies arbóreas comerciais, grãos, forrageiras com a criação de animais em uma mesma área, de forma simultânea ou sequencial, com o uso sustentável dos solos. Essa tecnologia proporciona a máxima produção de alimentos, fibras e energia por unidade de área.
trazendo vantagens como:                                                                                                                                                                                       -  recuperação de pastagens degradadas
- maior infiltração de água das chuvas no solo
- maior retenção de água no solo
- ciclagem de nutrientes
- maior produção de forragem na entressafra
- conforto térmico, que proporciona bem-estar animal
- diversificação de atividades na propriedade
- redução dos riscos climáticos e de mercado
- melhoria de renda do produtor
- redução da emissão de gases de efeito estufa
DESCARTE DE EMBALAGENS: É a correta destinação final às embalagens vazias dos agrotóxicos utilizados na agricultura. O agricultor deve lavar (tríplice lavagem ou lavagem de alta pressão), inutilizar as embalagens e entregar a uma unidade de recebimento indicada pelo revendedor na nota fiscal. As indústrias devem retirar as embalagens nas unidades de recebimento e dar correta finalização (incineração ou reciclagem).
RASTREABILIDADE O rastreamento do gado é feito desde o nascimento até o abate. Gera um histórico completo, que deve ser fornecido pelos fazendeiros ou certificadoras credenciadas pelo Ministério da Agricultura. Data e local do nascimento, nome dos pais, movimentação geográfica do animal, uso de produtos veterinários são algumas das informações disponíveis.                                                                 A rastreabilidade é uma ferramenta de segurança alimentar, uma vez que permite identificar a origem da carne e os processos utilizados em sua elaboração. Além disso, reduz os riscos à saúde pública ao localizar geograficamente zoonoses (doenças de animais transmitidas ao homem
MANEJO DA ÁGUA: Reduzir a dependência das chuvas e ofertar produtos no mercado em épocas de melhores preços – e ao longo de todo o ano – são benefícios da irrigação. Vantagens que só se concretizam se a aplicação da água for compatível com a real necessidade de cada cultura, já que esse bem tem se tornado mais escasso à medida que a agricultura, a indústria e a população crescem.
Maior consumidor de água do planeta. Do total demandado no Brasil, 69% vai para a irrigação de 4,6 milhões de hectares – e há potencial para chegar a 29,6 milhões. Sustentar essa ampliação é o desafio do campo, que tem se valido dos avanços tecnológicos, além de revisões constantes no modo de conduzir as lavouras, para maximizar a produção e minimizar a utilização de água.
BIOENERGIA (TRATAMENTO DE RESÍDUOS)         O bagaço da cana passa por várias etapas durante o processo industrial antes de produzir bioeletricidade – energia limpa, renovável e segura. A geração se destina a abastecer a própria usina e o excedente costuma ser vendido para o sistema elétrico nacional por meio de leilões do governo. Apesar de suas vantagens ecológicas, apenas 2% do consumo de energia do país é suprido pela bioeletricidade.           A cana é a matéria-prima do etanol, combustível limpo e renovável, cuja produção nacional chega a 22 bilhões de litros. O país é considerado o segundo maior produtor mundial .
Não é só o setor canavieiro que teve que achar destino correto para seus resíduos, como a vinhaça, que poluiu rios e matou peixes no passado. Desde 2003, a suinocultura investe no tratamento dos dejetos dos animais. A técnica mais eficiente provém dos biodigestores. Nestes equipamentos ocorre a fermentação da biomassa que dá origem ao biogás, usado na geração de energia.                   A Bioenergia já vendeu R$ 5 milhões em créditos de carbono para a União Europeia. Esse mercado nasceu com o Protocolo de Kyoto, tratado internacional que permite que países desenvolvidos compensem suas emissões de gases de efeito estufa por meio de projetos elaborados por nações em desenvolvimento, desde que todos eles sejam signatários do acordo                                                                                                              MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS: O controle é feito por diversas formas : por meio de insetos, uso de feromônios, retirada e queima da parte do vegetal afetada, etc manejo é uma alternativa proposta pela comunidade científica para diminuir o uso de agrotóxicos. A vespinha Cotesia se alimenta da broca, larva que roe a cana e já causou prejuízos enormes
AS PERDAS DE MAIOR OCORRÊNCIA NOS AGROECOSSISTEMAS  E SEU APROVEITAMENTO
PERDAS DE RESTOS DE COMIDA – Na natureza o resíduo de um elemento deve servir de insumo para outro, não se pode gerar lixo, desperdício sem utilidade. Esta mesma lógica deve ser utilizada nas propriedades rurais e urbanas. O que fazer para criar um dispositivo de retenção com estas sobras? Parte destas sobras pode servir como complementação alimentar para pequenos animais, é uma ótima alternativa. E as demais podem ser utilizadas na confecção de compostagem doméstica, transformando estas sobras desprovidas de óleo em adubos orgânicos.                                                     
A EROSÃO: pode até acontecer sem a que saia nenhuma partícula de solo da propriedade, basta apenas que os minerais que antes estavam no horizonte A, ou melhor, na camada do solo agrícola e foi carreada pela água para outros horizontes mais profundos do perfil do solo. As argilas quando não bem trabalhadas são lixiviadas em muitos casos para as camadas mais profundas do solo, muitas vezes criando lajes compactadas impedindo a penetração das raízes e até da água. 
Vários dispositivos podem ser acionados para evitar erosão: 
-Não realizar desmatamentos em grandes extensões de terra e sim quando necessário em pequenas áreas, para facilitar a cicatrização da área quando se fizer necessário. Manutenção da cobertura vegetal ao máximo; 
- Plantio em curvas de níveis; 
- Captação da água desde as áreas mais altas da propriedade, evitando o escorrimento; 
- Respeitar o uso da legislação ambiental nas áreas de proteção permanente (APP); 
- Adequar às propriedades quanto ao uso e ocupação do solo; 
- Uso de terraceamento.